Opinião – Quem será novo, quando eu for velho…

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Ricardo Pocinho

Segundo vários órgãos de comunicação social, diferentes instituições e observatórios, a taxa de natalidade deve descer 20% este ano. A natalidade em Portugal continua em queda e no primeiro semestre deste ano nasceram menos 4 mil bebés. O número de nascimentos é agora inferior ao número de óbitos e o país continua a perder população.

Este desequilíbrio demográfico, que é incrementado pela crise, pelos casamentos tardios, pelos poucos incentivos à natalidade, e sobretudo por não haver sinais de confiança, põem em causa a sustentabilidade do estado social, de tal forma que o país, como hoje o conhecemos, está em risco de “falência”.

As preocupações pequeninas de alguns governantes, que tentam que sejam um problema de todos, fazendo, com aquela que é a sua especial habilidade, colocar nas costas dos outros as suas responsabilidades (afinal foram eleitos para “pelo menos” ter ideias para a resolução de problemas), levarão a que Portugal possa vivenciar uma dificuldade nunca prevista – falta de gente! Gente que cuide de outra gente. Pois os que não nascem hoje, farão por certo falta amanhã. Um país não vive, não cresce e não avança, quando não têm essa gente.

De quando em vez assistimos a estas discussões tornadas maiores, que por serem só de vez em quando perdem eficácia. Mesmo sendo interessantes e necessárias, rapidamente são ultrapassadas, por outros assuntos mais mediáticos, também importantes, que colocam em risco a vida de seres humanos ou que à vida desses dizem respeito, no entanto esquecemo-nos que o primeiro dos problemas pode ser a falta de seres humanos.

O debate tem de ser contínuo, constante e imediato, têm de existir incrementos à natalidade, apoios a quem quer ter filhos, ajuda a quem os deseja e não os pode conceber, pois este problema que agora observo, só se resolve com nascimentos, de bebés que só serão adultas daqui por 18 anos e mais 40 semanas de gestação.

Tenho fortes e fundados receios que quando formos velhos, existam poucos novos para cuidar de nós.

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