Braga da Cruz
Sexta-Feira. 17.00 horas. O telemóvel toca. Atendo. É o Dr. Mário Nunes. Calmo, sereno, amigo. Quer falar de assuntos comuns mas de grande alcance e interesse para Coimbra.
Na sua voz não detecto, para além da amizade, lealdade e arreigado apego a princípios inultrapassáveis, a que já estávamos habituados, nada de anormal ( esta conversa, prometo Mário Nunes, ficará arquivada SÓ na minha memória ).
Sábado. 10.00 horas. O telemóvel toca. Atendo. E o que me perguntam deixa-me perplexo: o Dr. Mário Nunes faleceu ?
Respondo de imediato: “Não. Não pode deixar de ser boato. Tive ontem com ele uma larga conversa e estava muito bem disposto. Como sempre calmo, cordato, amigo e sobretudo leal, pugnando pela verdade e respeito pelo próximo”.
Mas a dura e crua confirmação veio pouco depois. Era a dolorosa mas inultrapassável verdade.
O cidadão, homem da cultura, lutador, humanista, escritor, homem de convicções, de grande dedicação a Coimbra, ao povo e à sua cultura, sempre disponível para ajudar as causas dos mais desprotegidos, abalara para outras paragens.
Fica-me a mágoa de não termos terminado “aquela” conversa de sexta-feira e, sobretudo, a análise dos seus pressupostos… Fica para um dia destes.
Muitas instituições a que estava intimamente ligado irão sentir a sua falta pois homens de “uma só palavra” vão rareando e amantes de Coimbra das suas gentes e tradições (sem jogos “coloridos”) vão sendo cada vez mais difíceis de encontrar.
Deixa um vasto legado cultural e humanista pelo qual lutou sempre abnegadamente.
Por mim, pelo Clube da Comunicação Social de Coimbra, saberemos honrá-lo.
Até sempre amigo MÁRIO NUNES.
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