Opinião – Temos de aprender a nadar

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ANTONIO MENANO

 António Augusto Menano

Serão muito poucos os portugueses que leram José Gomes Ferreira ou Jorge de Sena, para não citar Bernardim Ribeiro ou Luís de Camões, afastado do convívio de muitas gerações por estar associado a práticas de ensino cansativas e pouco entusiasmantes. Mas se se falar do Benfica, o tema chega a atingir o fanatismo.

Poderia ter escrito Porto, ou Sporting. Sabe-se que o raciocínio é comandado pelas informações circundantes, e que nós somos o somatório de conhecimentos (ou da sua falta), daí o papel e a responsabilidade de meios como a televisão na formação do caráter, da personalidade, das opções e das devoções, dos retratos de herói ou de vilão.

Por vezes há quem manipule as coisas e tente alinhar com a maioria, fazer parte do grupo, e vá declarar para as câmaras que anda triste ou infeliz, porque o Benfica perdeu. Procura pertencer aqueles que, apesar da crise, conseguem ir de avião ao estrangeiro, aos milhares, em busca de uma taça bem grande cheia do mel da vitória. Que, a ter existido, agradaria.

A crença, ao instalar-se no cérebro límbico, é omnipotente e, como escreveu a Dra. J. Renaud, “o raciocínio nada pode contra ela”. Gastão Cruz: “…Ondas do mar donde outro tempo viemos/Entregai-vos às mãos dos nadadores…”. Os nadadores somos todos nós.

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