Diário de S. Paulo de Frades: Mosteiro cisterciense precisa de obras

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11 IGREJA SAO PAULO FRADES CJM

A tese de doutoramento da vice-presidente da Câmara de Coimbra, Maria José Azevedo Santos, reporta-se à igreja matriz de S. Paulo de Frades. Um mosteiro que se chamou de Almaviza, tendo-se tornado em 1221 o 17.º mosteiro cisterciense português.
A transformação em igreja paroquial de S. Paulo de Frades aconteceu no século XVII, sendo atualmente um dos ex-libris culturais da freguesia. Tudo porque “representa um conjunto de história de um mosteiro que culturalmente importa manter”.
Mas nem tudo corre da melhor forma. Há mais de uma década que os visitantes do espaço têm de conviver com uma estrutura em madeira que serve de suporte a uma das abóbadas do espaço. Como não há verbas para recuperar este imóvel classificado, “não pode sofrer intervenção por parte da junta de freguesia e por parte da câmara municipal”.
“Vimos assistindo, ao longo do tempo a que, apesar da insistência para que a igreja seja requalificada e disponibilizada a sua beleza aos visitantes, se mantem à vista a estrutura de sustentação da abóbada”, disse Hélio Paulino.

Características
Refira-se que a igreja matriz de S. Paulo de Frades apresenta vários indícios de que sofreu diversas intervenções nas mais variadas épocas. Por exemplo, do século XV, já não existe a torre do mosteiro ou a sala do capítulo. A data de 1595, gravada no brasão de Cister no topo do corpo principal da igreja é disso elucidativo.
Por outro lado, há três registos da fachada a ter em conta: no primeiro, encontra-se o portal retangular; depois, a imagem de S. Bernardo, fundador da ordem, que se encontra no pano central; por último, a torre sineira delimitada por pilastras angulares.
No interior, a igreja tem uma nave única, coberta por um teto de madeira dividido em caixotões, e tendo do lado do Evangelho um púlpito de pedra e do lado da Epístola um nicho com uma imagem da Virgem e o Menino, mandada fazer por um dos monges da comunidade de Almaziva cerca de 1448.
A capela-mor está dividida em dois tramos, cobertos por abóbada de berço, com janelões no segundo tramo e um retábulo seiscentista de talha dourada e polícroma com trono, com imagens de S. Bernardo e S. Paulo. É revestida por azulejos sevilhanos do século XVI, num programa decorativo que podemos considerar um reflexo da encomenda de D. Jorge de Almeida para a Sé Velha de Coimbra, que com a introdução de azulejos no espaço da capela-mor “abre caminho a uma das constantes mais significativas do período barroco”

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