Opinião – A Briosa é nossa!

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Ricardo CastanheiraRicardo Castanheira

pessoas que têm uma relação íntima com a metáfora do “elefante na loja de cristais”. Quando recebi uma comunicação da Direção da Académica-OAF sobre o debate estatutário cogitei sobre a autoria da dita. Apesar de apontar um caminho, era equilibrada no tom e até pedagógica na forma como eram expostos os argumentos contra e a favor em cada um dos modelos: SAD ou SDUQ. Rapidamente o Presidente da AAC/OAF me desfez as dúvidas: não conseguiu resistir à sua (natural) tentação para ameaçar os sócios com consequências (não desvendadas) caso a sua opção (SAD) não saia vencedora. Confundiu tudo e prejudicou a sua causa. Vamos, pois, ao que interessa.

A discussão foi ampla e elevada. À moda de Coimbra. O debate foi sadiamente lançado pelos órgãos sociais da AAC/OAF e estendeu-se para lá da própria instituição, mobilizando sócios e simpatizantes, de que as redes sociais nos últimos dias têm sido testemunho.

Começou por ser naturalmente um debate jurídico, porém aquilo que é o fator distintivo em Coimbra, e no caso da Académica em especial, é que não deve nem pode reservar-se este assunto à esfera do Direito nem dos ditos especialistas. Neste caso, as normas não são um fim em si mesmo. Ou seja, como há muito mais vida para além do enquadramento legal e estatutária vale a pena perceber que a Académica é sui generis, tem uma vida própria e que por isso não se subsume em nenhum dos modelos propostos.

Em suma, nenhuma das soluções apresentadas – Sociedade Anónima Desportiva (SAD) ou Sociedade Desportiva Unipessoal por Quotas (SDUQ) – é o modelo adaptado à Académica, ao seu património histórico e ao futuro que para ela desejamos. Dito isto, a escolha que se impõe é entre dois males o menor.

Na minha modesta opinião, o mal menor é a SDUQ!

Porque preserva sem riscos no âmago da instituição desportiva os valores, a identidade, a marca e a história. Há coisas que não se partilham, nem a 10%!

Acresce, que os investidores potenciais podem envolver-se através de patrocínios inovadores e que tragam a quem apoia maiores vantagens assim como mecanismos mais imaginativos para a angariação de associados. O envolvimento institucional da CMCoimbra ou da Universidade (argumento usado pela Direção) não pode nem deve depender do modelo societário. Seja ele qual for, estas duas entidades devem estar presentes na vida da mais importante instituição da cidade e da Região. Tal desiderato dependerá com certea muito mais dos dirigentes do que da natureza jurídica!

E, já agora, prefiro o milhão de euros aplicado em capital humano para a próxima época que no capital social da SAD!

 

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