Dever de informar os sócios do melhor caminho

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Foto Luís Carregã

Foto Luís Carregã

A SDUQ é, para os Veteranos, a única que garante a manutenção dos valores da Académica?

Sobretudo da identidade. Os valores históricos podem ser preservados por outras sociedades, mas a identidade, para nós, é. Julgamos que isto levará a um afastamento da academia. E uma Académica sem ligação à academia é um União de Coimbra, com todo o respeito que tenho pelo clube, com todas as dificuldades por que passa nesta altura. Muitos dos sócios da Académica que estão fora e se revêem ainda numa identidade que vai sendo mais difícil de manter irão, de certeza, desligar-se definitivamente. Não se põe em questão que a equipa de futebol seja profissional. Ainda assim, tem a responsabilidade sobre os ombros de representar a cidade e a academia.

Há mais de uma década já se fala na possibilidade de adotar uma SAD. Hoje a resposta à pergunta SAD ou SDUQ é, para vós, mais imediata do que seria na altura?

Na altura já havia muita gente a defender a fundação precisamente pelo problema da identidade. Neste momento, felizmente, surgiram duas hipóteses. Se houvesse apenas a hipótese da SAD, então defenderíamos uma SAD com 99,9% de capital da Académica. Mas como existe agora a possibilidade de termos uma sociedade unipessoal de 100% dos sócios e penso que não se coloca em questão qual é a melhor. Temos, aliás, vários exemplos, de clubes do norte, como o Paços de Ferreira, o Rio Ave, etc. Todas as SADs, sejam elas abertas, fechadas, semi-abertas, etc., dependem muito dos sócios. Se a coisa correr bem vai durar mais uns tempos. Se correr mal, rapidamente fica nas mãos de não sabemos quem. A participação do clube na SAD pode chegar apenas aos 10 por cento, se a assembleia assim o entender.

Os sócios foram bem esclarecidos para este debate?

Não. Não foram minimamente preparados para responder a uma questão destas. Os debates foram poucos, fechados e muito técnicos. Quando o debate se torna demasiado técnico afastam-se as pessoas e a generalidade dos sócios nem desses debates técnicos teve conhecimento. A comunicação social também falhou um pouco, porque devia ter divulgado mais e mais cedo. E devia ter havido assembleias de sócios, porque os cativava. Estamos habituados a assembleias em que é preciso ir “pescar” os sócios para fazer o quórum. Nós tentámos fazer a divulgação possível e o aparecimento deste movimento veio proporcionar a discussão. Se não tivéssemos aparecido com esta proposta de SDUQ, a maioria dos sócios nem se apercebiam o que se estava a discutir. A posição da direção foi esconder a direção e guiar a divulgação para a SAD. Nós estivemos e estamos atentos, gostamos do clube e mostrámos que há outra alternativa, muito positiva para a Académica.

O que seria pior para vós nesta altura: Aprovar uma SAD em vez de uma SDUQ ou deixar a Académica cair num vazio diretivo, numa altura em que a próxima época está já a ser preparada?

Para nós, antigos atletas e conhecedores da realidade da Académica, as coisas definem-se passo a passo. O que agora está em causa é o modelo societário. O gosto que temos pela instituição dá-nos o dever de informar os sócios de qual é o melhor caminho. Depois logo se verá. Em democracia, os presidentes da assembleias-gerais têm de resolver a situação. Se a direção caísse, o presidente da assembleia geral tinha de arranjar uma comissão administrativa e depois ia-se para eleições. Somos um clube de pessoas inteligentes.

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