Opinião – Quo Vadis, Merkeliavel?

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Giesteira Silva

Que Maquiavel não foi um “angel” todos o sabemos. Nem o poderia ser. Defensor da centralização do poder político, fá-lo de uma maneira que tende a provocar a confusão desse centralismo com o absolutismo, confusão que, conscientemente não desfaz, dadas as manifestas vantagens que antevia na não separação clara dos dois conceitos.

Ao ponto de eticamente teorizar e defender a possibilidade de o Estado poder violentar quer os próprios cidadãos quer os povos de outros estados sob a invocada pressuposta bondade do fim prosseguido, mesmo que, posteriormente, se viesse a constatar e confirmar a maldade do referido fim prosseguido. A bondade proclamada branquearia a maldade confirmada.

Que Merkel nada tem de nicolino, no sentido adoptado pela Coca-Cola nos anos trinta do século passado para fazer vingar a tradição do Pai Natal, também o sabemos.

De facto, esta física por opção de profissão, aliada à química por opção de casamento, tem traçado um rumo novo à físico-química da Europa de tal forma que a Europa desejada, delineada e começada a construir a em 1992 na Holanda (Maastricht), a partir de 2005 derivou para um aumento inesperado e indesejado, que a todo o Sul da Europa faz sofrer e muito.

Proclamadamente para bem de todos. Confirmadamente para sofrimento de todos.

Um concebeu a tese. Melhor: enunciou o teorema, e construiu a hipótese a demonstrar. Como em todos os magnos problemas assim estruturados, sempre haverá um tempo em que a hipótese se demonstra. Definida nos começos do século XVI, essa hipótese teve no século XVII quem tivesse ensaiado uma primeira demonstração (Richelieu). Mas foi necessário chegar ao século XXI para que nova tentativa ocorresse e que ainda decorre.

O €uro é o manto diáfano da fantasia, sob a égide do qual, tudo vira artimética. A Dívida, o Déficit, os Juros. E fonte de poder absoluto.

Devia haver progresso, paz e desenvolvimento para os Homens, que trouxesse um patamar de vida adequado e levasse as dificuldades que a todos massacram.

Devia Haver, mas não há. Devia trazer e levar, e nem traz nem leva.

Antes refunda como que uma Arte da Guerra. Na linha de Tzu, em que a arte suprema da guerra é vencer o adversário-inimigo sem lutar.

É Merkeliavélico. Nos mesmos três aspectos relevantes nicolinos: história, ética e natureza humana.

Afinal a História repete-se ou não?

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