O delírio e a insolência

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LUIS VILAR

Luís Vilar

Krugman não entende “paixão europeia” pela austeridade (Económico) – 25/02/13 13:44

Paul Krugman não percebe a “paixão europeia” pela austeridade e considera que os defensores destas políticas estão a parecer cada vez mais “insolentes e delirantes”.

“A vontade de prosseguir uma austeridade sem limites é o que define a respeitabilidade nos círculos políticos europeus. E isso seria óptimo se as políticas de austeridade estivessem efectivamente a funcionar – mas não estão”, começa por referir o Nobel da Economia na sua coluna de opinião no New York Times, analisando o caso italiano, onde Mario Monti, pró-austeridade, deverá perder as eleições, atrás do “cómico” Berlusconi e do comediante Beppe Grillo.

Para Krugman, quando a Europa começou a sua paixão com a austeridade, a insistência dos altos funcionários era a de que isso traria a confiança necessária para as já deprimidas economias voltarem a crescer. O que não aconteceu, sublinha.

“As nações que impuseram políticas de austeridade severas sofreram crises económicas profundas; quanto mais severa a austeridade, mais profunda foi a recessão. E na verdade, esta relação tem sido tão forte que o próprio Fundo Monetário Internacional, num impressionante mea culpa, admitiu que havia subestimado os danos infligidos pela austeridade”, sustenta o economista norte-americano.

Enquanto isso, a austeridade não serviu sequer para as nações atingirem as metas de redução dos encargos com a dívida, prossegue Krugman. “Em vez disso, esses países viram o rácio da dívida em relação ao PIB subir, devido à contracção das economias”, salienta, destacando o facto de a taxa de desemprego está a galopar.

“A única boa notícia é que os mercados obrigacionistas acalmaram, em grande parte graças à vontade expressa do Banco Central Europeu”, o que evitou um colapso financeiro. “Mas isso não é um conforto para os milhões de europeus que perderam os seus empregos, mantendo poucas perspectivas”, escreve Krugman.

Este escrito introdutivo de Krugman, tornava-se imperioso.

Naturalmente, que em muitos Países da Zona Euro, a situação está a tornar-se insustentável e, como o próprio Nobel da Economia afirma e, eu acrescento, verifica-se a INSOLÊNCIA e o AUTORITARISMO de uma classe dominante, que em paralelo estão a receber a resposta dos votos nas urnas.

Foi na França, está a acontecer em Itália e assim será noutros Países, infelizmente com os estragos e erros já feitos, em particular numa Europa com perto de 25 milhões de desempregados.

Neste mês (Fevereiro) os reformados que recebiam cerca de 3.500,00 euros, passaram a receber 2.750,00 euros, mas até aqueles que recebiam 1.500,00 euros viram a carga fiscal e de solidariedade, aumentar brutalmente, recebendo agora 1.300,00 euros.

Como é óbvio, são despesas que terão de cortar: uma ida ao restaurante, ao cinema, um fim-de-semana fora, a dispensa de uma empregada, etc., que ajudará ainda mais a decrescer o consumo interno e, inevitavelmente, a obrigar o Sr. Ministro das Finanças a errar nas suas previsões da receita e até na despesa, com o aumento do subsídio de desemprego.

Mais grave, é que os salários entre os 500 e os 900 euros, também foram reduzidos em mais de 50 euros/mês.

Como diz Paul Krugman, estamos perante uma Insolência e Arrogância dos mercados financeiros especulativos de que tornaram seus aliados a generalidade dos Líderes Europeus.

Não me admiraria que um colapso social, com consequências imprevisíveis, possa acontecer num curto espaço de tempo.

Não me admiraria que a negação do Euro pelos Europeus, possa ser uma realidade a breve prazo.

Não me admiraria que o Populismo, face à insolência e arrogância instalada, venha a ganhar adeptos.

Basta de austeridade! Basta de insolência!

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