Todos fomos surpreendidos pela súbita resignação de Sua Santidade, o Papa Bento XVI. Depois do percurso de João Paulo II, que de forma absolutamente ímpar levou o seu pontificado até às últimas consequências, a mais alta figura da igreja católica decidiu abandonar a cadeira de S. Pedro.
Tinham passado 600 anos desde a última vez que tal situação tinha acontecido com a resignação de Gregório II, em 1415, justificada, aliás, pela divisão da igreja nessa altura, que levou a situações de difícil controlo.
Não há objetivamente nenhum dado que nos faça perceber a atitude assumida pelo, ainda, Santo Padre. Será, seguramente, uma forma mais humana de encarar a missão de que foi incumbido há oito anos.
Respeitando em absoluto qualquer das atitudes, entendemos que se trata de um sinal de uma igreja que se quer mais pró-ativa e mais perto do comum dos mortais. A idade avançada e as dificuldades de saúde, em termos de relação humana, estiveram na base da resignação.
Acreditamos que, como sempre, desde a eleição até à resignação, o Espírito Santo esteve presente e, desta forma, para nós católicos nada mais nos resta do que aceitar, e pedir que o próximo conclave, iluminado pelo mesmo Espírito Santos, nos traga um novo pastor capaz de conduzir os cerca de 1,2 bilhão de católicos espalhados pelos cinco continentes.
Não atravessamos tempos fáceis. Os nossos valores, parece que estão todos a desmoronar. Mas temos de manter a certeza de que a igreja católica, apostólica e romana, à qual todos pertencemos, tem capacidades para trazer estímulos suplementares que nos permitam perceber o quanto é fundamental fazermos do Amor a nossa bandeira.
Deputado CDS/PP