O ex-deputado do PS Carlos Lopes foi condenado a 11 anos de prisão pelos crimes de corrupção, peculato e falsificação de documentos, mas vai recorrer da sentença “absurda”, disse hoje o seu advogado, Magalhães e Silva.
O deputado eleito por Leiria para a legislatura 2005-2009 e chefe de gabinete do último governador civil de Leiria tinha sido absolvido pelos mesmos crimes pelo tribunal de Figueiró dos Vinhos, a 18 de novembro de 2011.
O Ministério Público interpôs recurso desta sentença para a Relação de Coimbra, instância superior que mandou repetir o julgamento na Sertã. “Vamos recorrer. É uma sentença absurda. Mesmo que os factos estivessem comprovados, o que está longe de acontecer, seria uma sentença absurda. Não faz qualquer sentido”, disse Magalhães e Silva à agência Lusa um dia após a leitura do acórdão.
O processo remonta a 2005 quando o deputado foi eleito pelo círculo de Leiria e do despacho de acusação do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) constavam situações de financiamento partidário ilícito, viciação das contas do município e desvio de fundos da Câmara para a campanha eleitoral autárquica do PS.
Em causa estariam verbas inferiores a 24 mil euros.
Carlos Lopes, contactado pela Lusa, considerou a situação “bizarra” e disse ter recebido a sentença com “estupefação total”.
“É uma situação, no mínimo, bizarra. O julgamento até correu melhor que o de Figueiró dos Vinhos. Por isso, a estupefação foi total perante a sentença. Nas perícias efetuadas à minha conta bancária não houve nada que imputasse benefícios a meu favor, nem entradas de grandes valores. Aguardo com serenidade o desenrolar do processo, de consciência tranquila, como sempre, porque sei que nada fiz em proveito próprio”, explicou.
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