Opinião – Experimentar as “Lojas de Saber” e voltar

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António Pedroso de Lima

Assisti, em Coimbra, à palestra dedicada ao tema “A eletricidade que temos em casa”, realizada no auditório do Exploratório, Centro de Ciência Viva, daquela cidade, em 12 de Outubro deste ano, a primeira a que tive o enorme prazer de assistir no âmbito das Lojas de Saber.

Para além da força do tema e do parentesco e amizade que tenho ao conferencista, havia duas razões adicionais que me fizeram vir até Coimbra

A primeira dizia respeito ao interesse e curiosidade que me despertaram as Lojas de Saber que acompanhei desde o seu nascimento, pois cedo me apercebi do seu valor e do elevado sentido cívico que contêm, mas, nas quais, não tinha ainda tido oportunidade de participar de forma directa.

A outra razão tem a ver com a minha ligação à data de 12 de Outubro e a Coimbra, visto que a casa dos meus avós maternos, depois dos pais e onde nasci, era situada nesta cidade, na rua 12 de Outubro, para recordar uma revolta anti-sidonista fracassada, em 1918.

O Estado Novo, ao contrário da I República achou, por bem, deixar de recordar a rebelião, passando a designá-la por Rua Eça de Queiroz, o que julgo não ter dado lugar a qualquer protesto dos moradores, tanto mais que à grande maioria a data nada dizia e todos reconheciam Eça como grande vulto da literatura nacional. Não nos arrependemos, eu e minha mulher, que partilhou as minhas expetativas, de termos este primeiro contato com as Lojas de saber.

Em relação à lição a que assistimos, considero que foi bem preparada, exposta de acordo com o que foi prometido, visto que “a sua leveza não comprometeu o rigor dos conceitos” e nos foram apresentados excelentes auxiliares de exposição. Foram utilizadas a linguagem e a forma de expressão adequadas à assistência, que lhe correspondeu, animando a lição com intervenções e oportunos pedidos de esclarecimento.

Pela minha parte, que alguma coisa aprendi na UC sobre esta matéria, onde tive um professor fabuloso – o Doutor João Almeida Santos – e que na área das telecomunicações militares a cuja história me tenho dedicado, conheço a importância da electricidade no seu desenvolvimento desde o telégrafo eléctrico no séc. XIX, fiquei, depois desta lição, a saber entre outros ensinamentos, que “a electricidade existe dentro de nós a nível das membranas celulares, e que a electricidade produzida pelo nosso coração dava para manter uma pequena TV ligada”.

Depois deste primeiro – e agradável – contacto com as Lojas de Saber resta-nos felicitar o conferencista pela sua excelente lição e desejar às Lojas de saber a continuação do seu merecido sucesso.

Pela minha parte acho que me sucedeu, em Coimbra, o que costuma acontecer com o chamado “efeito de S. Napumoceno” noutra cidade também maravilhosa que é Praga. Aí, quem passar a mão junto da imagem do santo, na célebre ponte, voltará a Praga, mais tarde ou mais cedo.

Julgo que esta lição, em 12 de Outubro, teve o mérito de, com grande satisfação da minha parte, ter o mesmo efeito, pelo que terei o prazer de voltar a Coimbra e às Lojas de Saber na próxima oportunidade. Acredito que, a quem se decidir a experimentar assistir a uma destas lições das Lojas de Saber, acontecerá o mesmo, e terá que prosseguir, como eu, ou talvez que até se decida a participar como conferencista.

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