À hora a que escrevo este texto, Manuel Machado terá já sido sufragado na comissão política concelhia do PS, como candidato à câmara municipal de Coimbra. É um momento histórico. Desde que perdeu a Praça 8 de Maio para os sociais democratas, nunca o PS teve condições tão favoráveis para a reconquistar.
Do lado do adversário, podemos dizer que Barbosa de Melo não foi a votos e preside à câmara por empréstimo; que as divisões no PSD local são diárias e indisfarçáveis; que, em termos nacionais, os sociais democratas atravessam um pico de impopularidade; que a cidade não aguenta mais este limbo de paralisação económica, cultural e anímica. Já do lado do PS, vale a pena recordar que Carlos Cidade prepara o terreno, com maioria absoluta, há mais de três anos; que o candidato da sua preferência colheu apoio expresso do secretário-geral e do presidente da federação; e que não se pode queixar de uma oposição interna desrespeitadora ou propensa à crítica gratuita.
É justo lembrar que nem sempre foi assim. De resto, quem conhece a história sabe o como os maus resultados autárquicos do PS, em Coimbra, foram sendo justificados com a insensatez das oposições internas. Pois bem, se a minha candidatura à concelhia em 2010 serviu para alguma coisa, terá sido para assumir divergências em tempo próprio e poder, agora, cumprir o meu dever de militante: respeitar os órgãos eleitos, saudar o candidato e colocar-me ao dispor, para o mais que tenham por conveniente.