Editora divulga a lista das dez candidatas a “palavra do ano”

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Uma editora selecionou dez palavras como as mais marcantes deste ano, entre as quais “entroikado” e “manifestação”, e vai colocá-las à escolha dos portugueses, para eleição da “palavra do ano“, a partir de hoje, num sítio na Internet.

A iniciativa é da Porto Editora, que tem uma forte componente de especialização na área dos dicionários e da lexografia.

Em 2009, a “palavra do ano” foi “esmiuçar”, em 2010, “vuvuzela” e, no ano passado, “austeridade”, que levou a melhor a “esperança”, que ficou em segundo.

Este ano a lista de dez palavras candidatas é a seguinte: “bosão”, “entroikado”, “cortes”, “democracia”, “desemprego”, “imposto”, “manifestação”, “refundar”, “solidariedade” e “TSU”.

A escolha foi feita pela equipa de linguistas do Departamento de Dicionários da Porto Editora, “tendo como critérios a frequência de uso, a relevância assumida ou então, simplesmente, porque se relaciona com algum tema muito marcante”, disse à Lusa fonte do grupo empresarial.

A votação pode ser feita em www.portoeditora.pt/palavradoano.

O termo “bosão de Higgs” é conhecido vulgarmente por “partícula de Deus”, considerado essencial à explicação do mundo e “é tido, pelos físicos, como fundamental para perceber vários mistérios do Universo, e entrou no vocabulário corrente”, disse à Lusa fonte da editora.

“Com as condições de austeridade impostas pela troika aos portugueses, muitos sentem-se ‘entroikados’”, justificou a mesma fonte.

A “crise económica sentida e a política de austeridade introduziram esta realidade na vida dos portugueses, sendo recorrente ouvir-se, ler-se e falar-se de ‘cortes’ nos salários, nos subsídios e nas reformas”, disse a mesma fonte.

Este “contexto político, social e económico faz com que, este ano, muitos apontem a necessidade urgente de avaliar a saúde da ‘democracia’ em Portugal”.

A quinta palavra escolhida é “desemprego”, cuja “taxa tem atingido sucessivos recordes, e é uma preocupação atual em Portugal e na Europa”.

“Impostos” também integram a lista, tanto mais que “o agravamento destes continua a fazer parte do dia a dia dos portugueses”.

“Manifestação” foi uma das palavras mais usadas pelos portugueses, já que, “este ano, por diversas vezes, milhares de pessoas saíram para a rua em protesto contra a troika e contra as medidas de austeridade do Governo”.

O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, referiu “a necessidade de ‘refundar’ o país e o Estado Social”, o que, segundo a mesma fonte da Porto Editora, colocou “o assunto no topo da agenda política, económica e social”.

A “solidariedade”, nona palavra da lista, “une todos os portugueses e destacou-se em 2012, no contexto do Ano Europeu do Envelhecimento Ativo e da Solidariedade entre Gerações”.

Finalmente, a sigla “TSU”, de Taxa Social Única, “entrou de rompante no léxico comum dos portugueses este ano, em consequência das alterações que o Governo tentou introduzir”.

Fonte da editora disse que foi tido em conta “o conceito ‘palavra’ na sua grande dimensão, isto é, enquanto ‘unidade da língua escrita’”, e, nesse sentido, “as siglas são unidades que fazem perte do vocabulário de uma língua, e não há razões para serem excluídas”.

Curiosamente, nos Estados Unidos, foi a sigla do formato de um ficheiro de imagem – “GIF” (“Graphics Interchange Format”) – que venceu o concurso da palavra do ano, disse a mesma fonte.

Os resultados deverão ser divulgados “na primeira semana de janeiro”.

 

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