Maria Manuel Leitão Marques
Os tempos não são simples para as Universidades, nem para outros serviços públicos. Os cortes na despesa, a demografia, as dificuldades das famílias tocam o ensino superior. Inserida numa zona menos populosa, a Universidade de Coimbra pode ser especialmente afetada na sua capacidade para atrair novos estudantes e, por isso, nunca como hoje foi tão importante evidenciar suas vantagens relativas. Refiro algumas.
1. A sua história e o prestígio internacional que ela lhe dá em matéria de cooperação para troca de estudantes, professores, investigadores, estagiários, organização de projetos conjuntos e outras atividades.
2. A maior integração e proximidade física entre as suas faculdades, permitindo produzir e oferecer saberes cruzados, como atualmente é indispensável, e diferenciar a sua oferta por essa via (quebrando a lógica de “quinta” ainda hoje tão presente).
3. A capacidade para organizar programas de formação à distância à medida da procura, combinando vários saberes, mais uma vez se conseguir colocar diferentes unidades a trabalhar em conjunto e souber usar as suas competências em novas tecnologias.
4. O seu sistema de apoio social aos estudantes, em matéria de alojamento e alimentação, que mostra como sempre se preocupou com as pessoas e com o seu bem estar.
5. A sua associação académica e organismos autónomos, a formação cultural (teatro, música, etc.) e desportiva que eles disponibilizam, a qual, além de tudo o resto, é também um meio de valorização profissional e não uma perda de tempo ou um mero divertimento. Ensina a trabalhar em equipe, a dirigi-las, a organizar projetos, a encontrar suporte para o seu desenvolvimento, cria solidariedades, dá outras perspetivas da vida e do saber, etc.
6. A forte ligação dos seus antigos alunos, que raramente foi usada para além do “folclore” habitual, mas que pode ser uma rede de empregabilidade, uma oportunidade de retorno à escola, não apenas para (re)aprender, mas também para ensinar, partilhando experiências e saberes práticos.
7. A sua excelente start up, o Instituto Pedro Nunes, cuja taxa de sucesso das empresas que incubou está entre as melhores a nível mundial.
8. Vários centros investigação muito bem avaliados que podem permitir a jovens estudantes ou licenciados experimentar essa atividade.
9. Serviços administrativos centralizados, com vantagens em termos de eficiência e modernização, desde que compatíveis com atendimento de proximidade.
Muito do que refiro já existe ou está em curso. Mas quase tudo tem de ser potenciado e mostrado de forma muito mais evidente para quem nos vê de fora e até de dentro!
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