Ribau Esteves (PSD) diz que acordo com o CDS sem o Porto cria problema político nas autárquicas

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Ribau Esteves, antigo secretário-geral do PSD na equipa de Luís Filipe Menezes, disse na terça-feira ser “inacreditável” que o acordo com o CDS para as autárquicas tenha deixado de fora a Câmara do Porto.

Ribau Esteves diz que foi criado “um problema político delicado”: o PS governa Lisboa e o PSD, com o CDS, a [Câmara] do Porto, mas Rui Rio [presidente da Câmara do Porto] “e a sua ala no PSD que está ativa, entende que não deve ser o seu sucessor na velha guerra que têm” e o “CDS não gosta” da candidatura de Menezes ao Porto.

“É inacreditável que os dois partidos que assinam um acordo para cooperarem nas autárquicas, numa questão chave como é a segunda principal câmara do País, deixem de fora essa questão porque não se entendem. Parece aqueles casamentos em que só casam com metade na noiva” comentou.

Ribau Esteves falava numa conferência de imprensa de balanço do seu último mandato na Câmara de Ílhavo, em que atribuiu à questão do Porto, “com os ódios que envolve dentro do PSD e do CDS”, a discussão da limitação de mandatos.

Para o autarca de Ílhavo, que não se pode recandidatar àquele município, mas tem recebido apoios públicos para se candidatar a Aveiro, a Lei é clara: um presidente de câmara em limite de mandato pode ser candidato e ser presidente de câmara em qualquer outro município do país.

Ribau Esteves diz que foi em torno da questão do Porto que se gerou um movimento para arranjar uma nova regra e que é urgente o legislador produzir um diploma que clarifique a Lei, para não haver o risco de listas às próximas eleições autárquicas serem recusadas, conforme a interpretação dos juízes.

“O CDS/PP, mais uma vez, veio ontem [segunda-feira] subscrever as posições do Partido Socialista, em vez das posições do seu parceiro de coligação. E quando há um casamento ele deve ser em plenitude”, criticou.

Nesse debate, Ribau Esteves não poupa o PS, acusando-o de “desonestidade política” porque, “embora diga que a Lei tem a leitura que o PSD lhe dá, anuncia que não vai recandidatar nenhum presidente de câmara que tenha esgotado os mandatos, para arranjar problemas ao PSD no Porto”.

Quanto a si, garante que o seu futuro “não está dependente desse ou de qualquer outro diploma legal”, mas reconhece que “gostava de continuar a fazer coisas na atividade política ou na atividade empresarial” de onde veio.

“Haverá um tempo de decisões e de apresentação pública dessas decisões”, respondeu aos jornalistas.

Quanto ao presente, garante que o seu executivo “não vai atuar” em função do processo eleitoral autárquico, pois “são os partidos que o têm de fazer”. O compromisso até ao fim do mandato, diz, é cumprir os compromissos com o eleitorado de Ílhavo, procurando acomodar os impactos da crise e deixar a autarquia “nas melhores condições de sustentabilidade” para quem vier a seguir.

 

(Texto: Agência Lusa)

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