José Junqueiro
O governo fez uma última maratona para consensualizar o OE 2013 que deve entregar até dia 15. O texto contém medidas que são mais do mesmo, mas mais radicais. Idade de reforma, confisco “delicododoce” de dois a três vencimentos, com a falsa ideia de que nos devolvem um subsidio, aumento brutal de impostos, esmagamento das pessoas, das famílias e das empresas.
O resultado para 2013 serão idênticos aos deste ano. Incumprimento do défice, recessão, aumento do desemprego, desagregação da economia e mais impostos. O comportamento do ministro das Finanças é obsessivo e a inação do primeiro-ministro é deprimente. Até o insuspeito Ângelo Correia refere uma remodelação, neste tom: “O problema é saber se o Governo tem capacidade para ser remodelado. Se há pessoas com capacidade e credibilidade que aceitem nestas circunstâncias ir para o Governo, o que eu não acredito”.
Manuel Porto, presidente da assembleia municipal de Coimbra e da Unidade Técnica que na Assembleia da República decidirá compulsivamente sobre a extinção de freguesias, acaba de fazer o pino. Votou contra qualquer proposta de extinção das ditas, pelo menos no seu concelho, mas dispõe-se a fazer o contrário relativamente aos outros. Creio que já deveria ter resignado, porque o prestigio, inelutável, do seu percurso pessoal e profissional é incompatível com este trocadilho de dupla personalidade.
Voltando ao OE 2013, Marques Mendes refere-se à proposta do governo como “… um assalto fiscal e uma brutalidade para matar a classe média…Nem todos os meios são legítimos para alcançar os fins … isto vai dar mais recessão, mais economia paralela, mais fuga aos impostos, mais desemprego…mais uma falha…é a credibilidade do ministro das Finanças que fica completamente destruída…O governo está desorientado… concessão da RTP… alterações na TSU, as divergências na coligação, as críticas aos empresários, mostrando mau perder, e ter acabado com a cláusula transitória do IMI” demonstra que é um governo sem palavra”.
Assim sendo, não me vou alongar. O PSD, finalmente, está de acordo comigo!
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