Um homem suspeito de ter matado em 2000 uma jovem de 18 anos começa na segunda-feira a ser julgado em Aveiro por um tribunal de júri, composto por quatro cidadãos e três juízes.
José Guedes, que assumiu ser o denominado ‘estripador de Lisboa’, negando-o mais tarde às autoridades policiais, está acusado pelo Ministério Público (MP) de um crime de homicídio qualificado e outro de fogo posto.
O julgamento com tribunal de júri foi pedido pelo MP e terá início pelas 09:30, no Tribunal de Aveiro.
O júri é composto por quatro jurados efetivos (três homens e uma mulher) com idades entre os 27 e os 54 anos, havendo entre os escolhidos um empresário, um motorista, um soldador e uma desempregada.
Há ainda quatro jurados suplentes que assistem a todas as audiências, mas só intervêm em caso de impossibilidade de algum dos efetivos.
A primeira sessão do julgamento deverá ser ocupada com a leitura da acusação pelo MP e o eventual depoimento do alegado homicida, que se encontra em prisão preventiva há quase um ano. No entanto, a advogada de José Guedes, Poliana Ribeiro, disse à Lusa que o arguido não vai prestar declarações nesta audiência.
O coletivo de juízes presidido por Vítor Soares já agendou mais cinco sessões para os dias 16, 17, 26, 29 e 31 de outubro para ouvir as 33 testemunhas de acusação, entre as quais se encontram a esposa e o filho de José Guedes e as jornalistas Felícia Cabrita e Maria Lopes, às quais o arguido terá confessado os crimes.
Segundo o despacho de acusação, a que a Lusa teve acesso, entre 13 e 16 de janeiro de 2000 José Guedes abordou a vítima no lugar da Póvoa do Paço, em Esgueira, com o pretexto de com ela manter relações sexuais remuneradas.
O alegado homicida terá conduzido depois a jovem a uma casa isolada em construção, onde lhe terá desferido diversos golpes na cabeça, usando um instrumento contundente não determinado, e ter-lhe-á apertado o pescoço, causando-lhe lesões fatais.