Coordenador da União das IPSS do Porto defende em Leiria a resolução ativa da pobreza

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O coordenador geral da União das Instituições Particulares de Solidariedade Social (UIPSS) do Porto defendeu, em Leiria, que as organizações sem fins lucrativos terão de deixar de gerir a pobreza e passar a resolvê-la ativamente.

À margem das II Jornadas de Economia Social “Inovação + Qualidade = Sustentabilidade”, o coordenador geral da UIPSS do Porto, Carlos Azevedo, disse à agência Lusa que o caminho da sustentabilidade das organizações é o “regresso ao futuro”.

Carlos Azevedo defende a capacidade das instituições de “recuperarem a sua missão original”, que “não é uma missão para-pública”, mas “centrada na comunidade e na própria sociedade civil”, “produzindo bens e serviços, ativando uma forma que, neste momento, está bloqueada, que é o mercado”.

Para este economista, há que apostar em dois tipos de valor: “social e económico”, o que implica uma “mudança de paradigma”.

“Deixamos de gerir a pobreza e os problemas sociais, e passamos a resolvê-los ativamente com os recursos que temos. Estas organizações são de trabalho intensivo. Portanto, as pessoas e as suas competências são o recurso principal”, acrescentou.

Segundo Carlos Azevedo, até agora, as empresas procuravam “limpar” a sua imagem, “através de um voluntariado numa organização social”. A situação atual está a “inverter-se”. “Neste momento, as empresas querem devolver à sociedade parte do que ganham, mas esperam, em retorno, que as organizações sociais prestem contas como o dinheiro é gasto”.

O coordenador geral da UIPSS acrescentou que, “quando esta cadeia estiver montada, as empresas darão mais dinheiro para projetos sociais” e “aparecerão projetos sociais mais inovadores”.

Considerando “importante” a “inovação social”, Carlos Azevedo personificou o “casamento” entre as “abelhas e as árvores”, de forma garantir a adaptação das IPSS aos novos tempos. “As árvores são as instituições mais tradicionais, que estão mais enraizadas na sociedade, mas também são rígidas e têm pouca capacidade de adaptação ao ambiente”, começou por explicar.

Por outro lado, “temos as abelhas que são empreendedores sociais que resolvem problemas muito rapidamente, são flexíveis, mas não têm um poiso certo”.

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