A empresa do setor automóvel Toiguarda, com sede em Vale de Estrela, Guarda, foi declarada insolvente pelo tribunal e fechou hoje as portas, deixando cerca de uma dúzia de pessoas no desemprego.
Rui Gonçalves, administrador do grupo empresarial Plataforma SGPS, que detém a Toiguarda, disse à agência Lusa que a empresa “foi ontem [quinta-feira] declarada insolvente pelo tribunal” e os trabalhadores “foram avisados” de que perante a decisão “não fazia sentido continuarem a trabalhar”.
No entanto, hoje de manhã, os cerca de 12 operários da firma concentraram-se junto das instalações, que se encontravam fechadas, reclamando “os papéis para o desemprego”, explicaram.
Rui Gonçalves referiu que a administração se reuniu com os colaboradores dispensados e explicou que não lhe é possível “passar os papéis para o desemprego”, ficando essa tarefa por conta do administrador da massa insolvente.
Os documentos só podem ser passados “depois da sentença [judicial] ser produzida”, o que deverá acontecer nos próximos dez dias, adiantou.
“A empresa está fechada a partir de hoje. É um processo infeliz, mas não queremos prejudicar ninguém e muito menos os trabalhadores. Tudo faremos para salvaguardar os seus direitos”, disse o administrador da Toiguarda.
Os funcionários da empresa estiveram concentrados junto das instalações para exigirem “explicações” à entidade patronal.
“Hoje de manhã encontrámos as portas fechadas e sem explicação nenhuma. Comunicaram-nos ontem [quinta-feira] que se tinha dado a insolvência e que a partir de agora dispensavam a nossa mão de obra”, contou à agência Lusa o trabalhador António Antunes.
O funcionário acrescentou que os operários compareceram no local de trabalho para obter a documentação relacionada com a situação de desempregados, alegando que não podem “ficar sem nada”.
António Antunes, que trabalhou 24 anos na Toiguarda como bate-chapas, teme pelo futuro: “Tenho 53 anos e, com a minha idade, não sei se irei arranjar outro emprego”.
Adérito Duarte, 44 anos, que era assessor de serviços na empresa, também está apreensivo, referindo que com a idade e com a categoria profissional que tem “não é fácil arranjar novo emprego” na Guarda.
A trabalhar na empresa de venda e reparação de automóveis desde 1990, referiu que nunca esperou assistir ao seu encerramento.
Em março deste ano, o grupo empresarial Plataforma SGPS, que detinha sete empresas ativas na Beira Interior (Guarda e Castelo Branco) e em Espanha, ligadas aos ramos automóvel, equipamento hoteleiro e de escritório, informática e vendas de combustíveis, aplicou a suspensão temporária de trabalho (‘lay-off’) à totalidade dos 230 trabalhadores, alegando dificuldades financeiras.
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