Dezenas de professores estiveram hoje em protesto contra o desemprego e o “ataque à escola pública” em Gouveia, onde o secretário de Estado do Ensino e Administração Escolar visitou a nova escola básica.
O protesto teve lugar à porta do novo estabelecimento, durante a visita de João Casanova, que conheceu as instalações inauguradas no início deste ano letivo, na passada quinta-feira, e que custaram 3,5 milhões de euros, albergando 380 alunos.
As dezenas de professores afetos ao Sindicato de Professores da Região Centro (SPRC) e outros cidadãos chegaram a tentar travar a saída de João Casanova após a visita, mas um forte cordão policial impediu-os de concretizar esse objetivo.
Depois de visitar algumas das salas de aula, acompanhado do presidente da câmara, Álvaro Amaro, João Casanova recordou, em declarações aos jornalistas, que o objetivo do Governo “é valorizar a educação” para que as “crianças do interior tenham as melhores condições para estudar”.
Perante a insistência da comunicação social, o governante respondeu, a propósito do despedimento de professores, que a escola em Portugal “está a ser construída na justa medida das necessidades” e acrescentou que “estão a ser contratados os professores adequados às necessidades”.
O responsável admitiu que “quando alguém protesta é porque sente que algo não está a ser feito em função das suas expetativas”.
João Casanova assegurou ainda que o Ministério da Educação “olha para todo o território” com igual atenção, mas sublinhou que existe um olhar especial para as áreas mais desertificadas e sublinhou que as prioridades são estabelecidas em função de um trabalho de colaboração com as autarquias no que respeita ao investimento em novas estruturas.
Numa pequena intervenção perante alunos e professores, o secretário de Estado do Ensino e Administração Escolar realçou que “o sucesso escolar depende de todos” e apontou como intenção do Governo em integrar todos no projeto para este setor.
“Temos de vencer a batalha do conhecimento. Desafio os pais a questionarem os seus filhos sobre o que estão a aprender, o que já aprenderam”, afirmou.
Francisco Almeida, do SPRC, sindicato que organizou o protesto, reafirmou em Gouveia que “sempre que um governante da área da educação estiver na região sabe que conta” com a presença dos sindicalistas para contestar o “ataque miserável à escola pública em Portugal”.