O presidente da Unidade Técnica da Assembleia da República para a Reorganização Administrativa do Território e, simultaneamente, presidente da Assembleia Municipal (AM) de Coimbra, Manuel Porto, mostrou-se ontem contra a lei 22/2012. A declaração foi prestada durante o período antes da ordem do dia da reunião ordinária da Assembleia Municipal e depois de terem sido feitas contundentes críticas a este processo por parte de alguns presidentes de junta.
O docente universitário disse, por diversas vezes, que é “contra esta lei”. “Que fique bem claro: não concordo com ela”, frisou no início da reunião, o que apanhou de surpresa muitos dos deputados municipais.
Mais surpreendidos ficaram quando, após a intervenção do presidente da junta de Souselas, concordou com as suas críticas, desejando-lhe “sorte” para o objetivo traçado: “este processo deve ser parado porque não há condições para que ele prossiga”, disse João Pardal. O presidente da delegação distrital da Anafre não poupou os responsáveis governamentais por esta decisão, solicitando para que, como aconteceu com a taxa social única (TSU), o governo recue. “Ficava bem à tutela tomar uma decisão desta”, disse.
Antes, foi Carlos Ferreira (presidente da junta de Castelo Viegas) a desabafar contra esta decisão governamental. “Que mal fizemos nós para isto acontecer”, questionou o autarca, para depois deixar alguma amargura pelo facto de alguns presidentes de junta terem abandonado nos últimos meses a contestação à lei 22/2012. “Por isso, vos peço para que não sejam coveiros das vossas freguesias, não facilitem o trabalho ao prof. Manuel Porto”, afirmou.
A discussão será retomada no dia 10 de outubro, altura em que se realizará uma assembleia municipal extraordinária.
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