Certificado digital pronto a arrancar no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra

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O Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) está pronto para arrancar experimentalmente com o inovador Sistema de Informação dos Certificados de Óbito (SICO), que vem substituir o registo em papel, revelou na sexta-feira fonte da instituição.

O CHUC é o primeiro hospital a pôr em prática o novo sistema, aprovado em novembro de 2011 pelo Conselho de Ministros. A partir desta experiência o SICO será introduzido em todas os serviços de saúde, públicos e privados, do país.

Benilde Barbosa e Rui Garcia, médicos responsáveis pela sua introdução, revelaram hoje à agência Lusa que está tudo pronto nos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC), unidade integrante do CHUC, para se iniciar o SICO, aguardando-se para breve a publicação de “umas portarias” e a definição do dia do arranque pelo Ministério da Saúde.

Os dois clínicos já deram formação a um responsável de cada serviço daquele centro hospitalar, para que esse conhecimento seja difundido amplamente em cada setor do hospital.

Numa fase inicial arrancará nos HUC, seguidamente em todas as unidades do CHUC, e “depois de afinado” será introduzido pela Direção Geral de Saúde nos restantes hospitais portugueses.

Para os clínicos, o SICO “é um sistema fácil, muito intuitivo, que não é diferente do que é o certificado em papel”, mas apresenta “vantagens científicas”, nomeadamente na “padronização da causa de morte”.

Benilde Barbosa destaca a vantagem que comporta para realização das estatísticas sobre a mortalidade em Portugal e a rapidez no processamento da informação.

“Continua a salvaguardar a relação médico-doente, mesmo em cadáver”, sublinha Rui Garcia, frisando o “maior sigilo” da informação, pois a guia em papel que acompanha o trânsito do cadáver apenas passará a ter os dados de identificação, e não o certificado de óbito, que é imediatamente introduzido pelo médico no SICO.

No entendimento deste clínico, a informação introduzida no SICO passa a ser partilhada com os restantes ministérios parceiros do sistema, nomeadamente os da Justiça e Administração Interna, possibilitando um mais rápido desencadear das diligências legais subsequentes, em função das causas da morte

O próprio perito médico-legal pode completar a informação das causas de morte com os resultados da autópsia que realizou ao cadáver.

Também para o Serviço Nacional de Saúde apresenta vantagens adicionais. Com o certificado de óbito introduzido no SICO pode rapidamente limpar-se as listas de espera para tratamentos e cirurgias, e os próprios ficheiros clínicos do médico de família.

“Todo o médico vai ter de certificar o óbito desta forma digital. Vai ser obrigatório em Portugal, no público e no privado. O SICO é um processe inovador a nível mundial, e há grandes expetativas sobre os resultados por parte da OMS [Organização Mundial de Saúde] e de outros países da Europa”, concluiu Rui Garcia.

 

(Texto: Agência Lusa)

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