Praxe ( 5 ) – Património Imaterial da Humanidade

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Norberto Canha

Será que a praxe de Coimbra não merece ser Património Imaterial da Humanidade? Claro que se deve candidatar e merece ser!

Pois se não fosse a praxe, e com ela o espírito de Coimbra, o Brasil não teria aquela dimensão e unidade, Angola não lhe teria seguido o exemplo, em Moçambique não teria essa influência.

Cabo Verde, Guiné e Timor não teriam, ou gostaria de ter, essa vivência. Mais países como a Indonésia e a Guiné Equatorial não desejariam fazer parte da Comunidade de Povos de Língua Portuguesa. E… não teria partido do presidente Ramos Horta, Prémio Nobel da Paz e presidente de Timor, a iniciativa para que os povos da comunidade comprassem a dívida externa portuguesa para não passarmos pelo vexame que nos está a acontecer.

E eu acrescento: porque é que ninguém se interroga com o novo terrorismo urbano no Ultramar? Porque é que os goeses com quem falei, e tenho falado, continuam a dizer-se portugueses?

Porque será que o Sultão do Qatar convida um enfermeiro a trabalhar na Arábia Saudita, filho de português e macaísta, e recebeu-o no seu gabinete privado dizendo-lhe: “Convidei-o para lhe poder dizer que Portugal é o país que nós, árabes, mais admiramos. Tivemos muitas guerras entre nós mas foi o único que foi sempre leal para connosco”.

Porque será que quando um terrorista entra num hospital militar é tratado rigorosamente da mesma forma que outro doente ou militar?

Porque será que os holandeses diziam que “não conseguimos entender como é que os comerciantes portugueses e os seus lacaios vencem o melhor exército do mundo”.

Porque cultivamos, e dávamos, dignidade ás pessoas. É assim, que aquando da revolta dos escravos de São Domingos contra a colonização francesa, a sua reivindicação foi: “serem tratados como eram os escravos portugueses”. É esse mesmo espírito de quando eu, aos 12 anos, ia a passar à frente do Quartel General em Luanda, no momento do hastear da bandeira – pretos, mestiços e brancos – me obrigada a parar, por-me em sentido e olhar para a bandeira.

Este amor ás coisas e obediência aos valores aprendeu-se e ensinou-se em Coimbra, radiou e implantou-se em todo o mundo com a primeira globalização. E cujos princípios se sobrepuseram às conveniências que eu sintetizei em princípios subjetivos e objetivos no livro “Nova ordem mundial”.

Agora que o mundo pôs de lado os princípios, torna-se necessário que haja um congresso sobre o futuro do planeta, globalização, prós e contras, caminhos a seguir, limites”, para que haja princípios.

Atrevo-me a intuir que a praxe da Academia de Coimbra se inspirou, ou foi muito influenciada, pela prática provinciana do conviver, sobretudo a transmontana em que o transmontano prefere quebrar que torcer e torcer que mendigar. E tem lugar esta apreciação do seu labor para vencer. É tão grande a sua rudeza e grandeza, que até a própria natureza se adaptou ao seu rosto, ao seu gosto, ao seu esforço. Ele, que prefere dar do que receber, é este o espítio da alma da praxe da Academia de Coimbra que bem merece ser Património Imaterial da Humanidade. Vamos a isso, sejamos grandes, nem que seja só na ambição.

Não devemos fugir à oportunidade da apresentação desta candidatura. Será que a praxe de Coimbra não merece ser Património Imaterial da Humanidade?

Claro que se deve candidatar e merece ser!

Pois se não fosse a praxe, e com ela o espírito de Coimbra, o Brasil não teria aquela dimensão e unidade, Angola não lhe teria seguido o exemplo, em Moçambique não teria essa influência.

Cabo Verde, Guiné e Timor não teriam, ou gostaria de ter, essa vivência. Mais países como a Indonésia e a Guiné Equatorial não desejariam fazer parte da Comunidade de Povos de Língua Portuguesa. E… não teria partido do presidente Ramos Horta, Prémio Nobel da Paz e presidente de Timor, a iniciativa para que os povos da comunidade comprassem a dívida externa portuguesa para não passarmos pelo vexame que nos está a acontecer.

E eu acrescento: porque é que ninguém se interroga com o novo terrorismo urbano no Ultramar? Porque é que os goeses com quem falei, e tenho falado, continuam a dizer-se portugueses?

Porque será que o Sultão do Qatar convida um enfermeiro a trabalhar na Arábia Saudita, filho de português e macaísta, e recebeu-o no seu gabinete privado dizendo-lhe: “Convidei-o para lhe poder dizer que Portugal é o país que nós, árabes, mais admiramos. Tivemos muitas guerras entre nós mas foi o único que foi sempre leal para connosco”.

Porque será que quando um terrorista entra num hospital militar é tratado rigorosamente da mesma forma que outro doente ou militar?

Porque será que os holandeses diziam que “não conseguimos entender como é que os comerciantes portugueses e os seus lacaios vencem o melhor exército do mundo”.

Porque cultivamos, e dávamos, dignidade ás pessoas. É assim, que aquando da revolta dos escravos de São Domingos contra a colonização francesa, a sua reivindicação foi: “serem tratados como eram os escravos portugueses”. É esse mesmo espírito de quando eu, aos 12 anos, ia a passar à frente do Quartel General em Luanda, no momento do hastear da bandeira – pretos, mestiços e brancos – me obrigada a parar, por-me em sentido e olhar para a bandeira.

Este amor ás coisas e obediência aos valores aprendeu-se e ensinou-se em Coimbra, radiou e implantou-se em todo o mundo com a primeira globalização. E cujos princípios se sobrepuseram às conveniências que eu sintetizei em princípios subjetivos e objetivos no livro “Nova ordem mundial”.

Agora que o mundo pôs de lado os princípios, torna-se necessário que haja um congresso sobre o futuro do planeta, globalização, prós e contras, caminhos a seguir, limites”, para que haja princípios.

Atrevo-me a intuir que a praxe da Academia de Coimbra se inspirou, ou foi muito influenciada, pela prática provinciana do conviver, sobretudo a transmontana em que o transmontano prefere quebrar que torcer e torcer que mendigar. E tem lugar esta apreciação do seu labor para vencer. É tão grande a sua rudeza e grandeza, que até a própria natureza se adaptou ao seu rosto, ao seu gosto, ao seu esforço. Ele, que prefere dar do que receber, é este o espítio da alma da praxe da Academia de Coimbra que bem merece ser Património Imaterial da Humanidade. Vamos a isso, sejamos grandes, nem que seja só na ambição.

Não devemos fugir à oportunidade da apresentação desta candidatura. ( 31/05/2012 ).

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