É a primeira a aproximar-se da carrinha da Associação Integrar. É, também, a primeira a afastar-se com a comida na mão. Está grávida de seis meses e meio, orfã de afetos e do companheiro que fugiu mal soube que ia ser pai.
Todas as semanas, a rapariga surge perto da carrinha à procura de comida. E todas as semanas é a primeira a ir-se embora, evitando dar explicações sobre o que aconteceu e sobre o que pretende fazer com o filho que carrega no ventre.
A mulher, morena e franzina, é uma entre centenas de sem-abrigo que pernoitam nas ruas da cidade de Coimbra. Em comum têm ausências, ruturas, fragilidades. Perdas progressivas numa sociedade em crise e cada vez mais individualista.
“Os técnicos têm observado um aumento da população sem-abrigo, sobretudo de pessoas jovens e também de pessoas mais idosas”, afirma Jorge Alves, presidente da Associação Integrar.
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