O concerto de Madonna, em Coimbra, no próximo domingo, poderá ajudar a “salvar” o mês de cafés e restaurantes, em redor do estádio, mas há quem assuma “algum pessimismo” face à crise no país.
Instalado há quase 40 anos no final da rua dos Combatentes, perto da igreja de São José e do estádio Cidade de Coimbra, Eugénio Ribeiro, proprietário do café L.D. vai apostar em produtos prontos a servir, como pães com chouriço, panados, ou sandes mistas, entre outros.
“Muita comida e bebida, tudo o que for rápido de servir. Estou a contar com um certo movimento, é isso que talvez vá salvar o ‘mesito’; é um dia em que se fatura um mês”, disse à agência Lusa Eugénio Ribeiro.
O casal que gere o café vai recorrer à família “filhos e noras” para reforçar o atendimento no dia do concerto, já que nestes dias o movimento “aumenta e muito”, disse.
“Quando há futebol [no estádio], o movimento também aumenta, mas não é a mesma coisa”, adiantou.
Do lado poente do estádio Cidade de Coimbra, a “pizzaria” Mr. Pizza também espera aumento de faturação, já que os concertos ali realizados, como os de U2 em 2010, dão origem a “dias perfeitamente atípicos”, disse Miguel Silva, um dos sócios do restaurante.
Quando há concertos a loja adota procedimentos de funcionamento diferentes dos outros dias do ano: só saem fatias de pizza, deixa de vender cerveja em lata e passa a ter uma bica no exterior; fecha a sala anexa, deixa de fazer entregas para fora e todo o quadro de pessoal – oito pessoas – está ao serviço.
“Num dia de futebol vendemos cerca de 400 fatias, num concerto chega às 1.500. Importa ser rápido a servir os clientes para não se formarem filas enormes e levar as pessoas a desistirem”, afirmou Miguel Silva.
Já a sul do estádio, na Churrasqueira do Calhabé, instalada no local há mais de 30 anos, o gerente Carlos Gouveia assumiu “algum pessimismo” para o negócio no domingo.
“Em anos anteriores [nos concertos de Rolling Stones, em 2003, e dos U2, em 2010] dá-me impressão que havia mais entusiasmo, foi muito bom. Agora com a crise que a gente vive, não sei como vai ser”, disse.