Urgências dos Covões fecham à noite mas não irão encerrar durante o dia

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A partir do próximo dia 28, as Urgências do Hospital Geral (Covões) estarão encerradas à noite, entre as 20H00 e as 09H00. Neste período noturno, os doentes devem dirigir-se às urgências dos Hospitais da Universidade de Coimbra.

As urgências do Hospital Geral (Covões) do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra vão encerrar à noite a partir do dia 28, entre as 20H00 e as 09H00, passando os utentes a ser encaminhados para os Hospitais da Universidade de Coimbra.

A medida foi anunciada ontem pelos presidentes do conselho de administração do Centro Hospitalar e Universitário (CHUC), José Martins Nunes, e da Administração Regional de Saúde do Centro (ARS-Centro), José Tereso, numa conferência de imprensa que deu a conhecer um conjunto de seis medidas estruturantes para o CHUC, que resultou da fusão dos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC), Centro Hospitalar de Coimbra (CHC) e Centro Hospitalar e Psiquiátrico de Coimbra (CHPC).

Assim, a partir do próximo dia 28, o Serviço de Urgência do Hospital dos Covões passa a encerrar no período noturno, devendo os cerca de 368 mil habitantes que abrange serem encaminhados, em caso de necessidade, para os HUC. No entanto, as atuais escalas mantêm-se até 31 de maio. A partir de 1 de junho, será feito o ajustamento das escalas para as urgências internas noturnas do Hospital Geral, bem como das escalas de urgência, desse mês, em todo o CHUC.

Na escala das urgências internas do Hospital dos Covões estarão dois especialistas da área médica e dois da área cirúrgica, e ainda um neurocirurgião, enquanto não se concretizar a fusão dos serviços desta última especialidade. “Não iremos deixar desguarnecido qualquer doente do espaço do CHUC”, acrescentou o diretor clínico, José Pedro Figueiredo.

Mais um médico

De acordo com o presidente do CHUC, a concentração da urgência no período noturno implica a necessidade de a urgência dos HUC passar a absorver, segundo indica o movimento médio, mais cerca de 40 doentes diários, dos quais apenas um é um verdadeiro caso de emergência, segundo a Triagem de Manchester. E, segundo José Martins Nunes, nos HUC existe capacidade disponível para dar resposta a estas necessidade. Assim, para assegurar a concentração das urgências nos HUC durante o período noturno, a equipa será reforçada com mais um médico. “Não se justifica haver duas urgências a funcionar à noite numa distância de cinco quilómetros”, acentuou.

Contudo, adiantou, para acautelar eventuais casos em que os utentes, por desconhecimento, se desloquem durante a noite para o serviço encerrado, equipas do INEM irão manter-se no local, durante três meses, para, sempre que necessário, darem apoio ao doente e fazerem o seu transporte para as urgências dos HUC.

Rentabilizar recursos

“A concentração da urgência polivalente noturna nos HUC-CHUC e a rentabilização de escalas de serviço deverão permitir, na maioria das especialidades, ganhos de produtividade, que conduzam a ganhos em resultados de saúde e redução de custos operacionais, encaminhando recursos (humanos e financeiros) para outros projetos que tenham impacto direto na qualidade e acessibilidade, como são exemplos a Unidade de Cirurgia do Ambulatório e o Centro de Trauma”, referiu José Martins Nunes. A intenção é também alocar alguns destes recursos, nomeadamente camas que fiquem vagas na sequência da fusão de serviços, para o rápido internamento de doentes que permanecem na urgência do Hospital dos Covões, em média, 5,4 dias à espera de vaga, disse o presidente do CHUC. Uma média que, frisou, é de 12 horas no serviço de urgência dos HUC.

A funcionar de dia

Perante críticas e preocupações que têm sido expressas por utentes, autarquias e pela Ordem dos Médicos, o presidente da administração do CHUC não teve dúvidas em garantir o futuro do serviço de urgências dos Covões, afirmando que este “não será encerrado”, mantendo-se em funcionamento durante o dia.

Do mesmo modo, apesar das fusões de serviços já realizadas, e das que se perspetivam,“não haverá qualquer despedimento no CHUC”, onde trabalham cerca de 7.800 profissionais, afirmou José Martins Nunes, que adiantou que os estudos realizados para fundamentar o fecho noturno da urgência dos Covões estarão disponíveis para consulta e será tornado público um relatório final.

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