Presidentes de 25 das 26 Juntas do concelho de Tondela, todos eleitos pelo PSD, rejeitaram ontem a extinção ou fusão de qualquer uma das freguesias, avisando que podem mesmo demitir-se.
Durante uma conferência de imprensa, admitiram que “possam vir a ser tomadas medidas como a entrega das chaves da junta ao presidente do município ou a demissão coletiva”, em defesa da manutenção das freguesias.
“Apelamos ao Presidente da República para que, num ato de salvaguarda da coesão nacional e na defesa das populações, sobretudo aquelas que são mais afetadas com o problema da interioridade, não promulgue esta lei”, disse Abílio Santos, presidente da Junta de Freguesia de Vila Nova da Rainha.
Abílio Santos fez votos para que presidentes de juntas de freguesias de outros concelhos tomem uma atitude idêntica, de forma a tentar evitar a promulgação.
“Sensibilizamos todos os órgãos locais eleitos para aderirem a esta causa, que é não somente nossa, mas de âmbito nacional”, frisou.
De fora desta tomada de posição ficou o presidente da Junta de Freguesia de Canas de Santa Maria, João Carlos Figueiredo, que é também o líder da concelhia do PSD e deputado na Assembleia da República.
Todos os outros estiveram presentes na conferência de imprensa realizada na freguesia de Mosteirinho, situada na Serra do Caramulo, no limite com o concelho de Águeda (distrito de Aveiro), a 15 quilómetros de qualquer outra sede de freguesia e a 35 quilómetros da sede de concelho.
A escolha do local pretendeu mostrar que, nos meios rurais, a realidade “não é a mesma de que em Lisboa, onde as coisas estão todas umas ao pé das outras”, e que a extinção de uma freguesia como Mosteirinho poderia dificultar muito a vida aos habitantes, justificou o seu presidente, Casimiro Rodrigues.
Os presidentes de junta de Tondela consideram que “a lei da reforma da administração local não é um modelo adequado à realidade de sociedade portuguesa, mormente no interior do país, constituído na sua grande maioria por populações rurais”.
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