Rita Rato
Os trabalhadores da Conforlimpa, grupo empresarial do sector das limpezas, recebem uma miséria de salário.
Os trabalhadores da Conforlimpa, que todas as madrugadas e todos os dias, limpam as instalações da Segurança Social, da Faculdade de Medicina e de Economia da Universidade de Coimbra, da GNR, da Loja do Cidadão de Coimbra, do Hospital da Figueira da Foz, de Serviços do Ministério da Agricultura, do INEM, da Caixa Geral de Depósitos e de vários serviços Municipais da Câmara de Coimbra, recebem uma miséria de salário por um trabalho fisicamente muito exigente e socialmente indispensável.
Muitos trabalhadores da Conforlimpa recebem abaixo do salário mínimo nacional porque o recurso ilegal ao trabalho a tempo parcial permite que tenham horários de trabalho de 6h, e obriga muitos trabalhadores à violência de articular 2 empregos e 12h de trabalho diário para receberem uma miséria de salário.
Muitos trabalhadores da Conforlimpa integram os 400.000 trabalhadores que recebem um salário mínimo nacional abaixo do limiar da pobreza. Que país é este que aprisiona mais de 400.000 trabalhadores a um salário mínimo nacional de 485€ e que descontos feitos levam para casa ao fim do mês 432€, abaixo do limiar da pobreza definido pelo INE de 434€.
Mas para além desta profunda injustiça, o problema dos trabalhadores da Conforlimpa é que muitas vezes, vezes demais, nem essa miséria de salário levam para casa a tempo e horas. É inaceitável que estes trabalhadores sejam consecutivamente confrontados com situações de receber os salários com atrasos inadmissíveis. O pagamento dos salários tem vindo a ser atrasado de mês para mês.
A violação dos direitos destes trabalhadores, para além de constituir uma ilegalidade representa uma instabilidade profunda na vida destas pessoas, que têm famílias para sustentar, contas para pagar e compromissos para cumprir. Não será por acaso que muitos estarão já a ser penalizados com a obrigatoriedade do pagamento de juros por atrasos no pagamento de diversas prestações.
Estes trabalhadores merecem, exigem e têm direito uma vida melhor.
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