Envolvimento da comunidade marca programação do Teatro Viriato em Viseu

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O envolvimento da comunidade na participação e montagem de obras, em que os públicos passam também a ser os artistas, marca a programação do Teatro Viriato, de Viseu, para os próximos quatro meses.

“Um teatro como este está sempre dedicado à cidade, mas neste período vamos trabalhar muito com a comunidade”, afirmou hoje em conferência de imprensa o diretor-geral e de programação do Teatro Viriato, Paulo Ribeiro.

Segundo Paulo Ribeiro, depois de seis anos de participação no “Panos – Palcos Novos, Palavras Novas”, da Culturgest, o Teatro Viriato decidiu avançar para um novo projeto de teatro jovem e vai inaugurar “K Cena”, orientado pelo encenador Graeme Pulleyn.

“Achámos que era interessante darmos um passo em frente, no sentido de o tornar mais nosso, ter mais autonomia em relação à escolha dos textos e à forma como ia acontecendo”, justificou.

Neste âmbito, o Teatro Viriato vai estabelecer parcerias com outros países, sobretudo de língua portuguesa, nomeadamente com Cabo Verde e o grupo de teatro de João Branco que, no Mindelo, abordará a mesma temática de Graeme Pulleyn em Viseu.

O projeto, que na primeira edição apresenta “ortsnoM/Monstro – O espelho de Frankenstein”, envolve nove jovens da comunidade e tem estreia marcada para meados de abril.

“A ideia era haver um intercâmbio, o que não vai acontecer por contingências uma vez mais financeiras. Mas teremos oportunidade de partilhar o projeto, de uma forma ou de outra”, afirmou.

Paulo Ribeiro sublinhou a importância de “K Cena”, que “é o primeiro passo na sedimentação do projeto de um teatro jovem ou de um esboço de um grupo que se vai formando de teatro jovem”.

Outro projeto com a comunidade, mas dedicado aos mais velhos, é “Raiz de memória”, de Rafaela Santos, Fernando Giestas e Ana Bento.

“É um trabalho que se vai desenrolando ao longo do trimestre e terá a sua apresentação no final, em julho”, explicou o coreógrafo.

Cerca de 20 utentes do lar de idosos e centro de dia da Associação de Solidariedade Social da Freguesia de Abraveses vão participar em sessões de expressão escrita, musical e dramática.

Na opinião de Paulo Ribeiro, “o que conta mais é o processo e não o trabalho final, é o que fica para as pessoas que participam e não para as pessoas que assistem”.

Este quadrimestre fica também marcado por uma forte aposta no teatro. A 20 de abril, sobe a palco “Édipo”, a nova criação da Companhia do Chapitô, com encenação de Jonh Mowat.

“Tropeçar”, do Teatro do Vestido (27 de abril), “Overdrama”, escrito por Chris Thorpe para a Mala Voadora (02 de junho), e “Histórias do Bosque de Viena”, uma peça do autor austro-húngaro Odon von Horváth dirigida por Tónan Quito (16 de junho), são outros destaques da programação.

Um espetáculo que promete lotar a sala do Teatro Viriato chama-se “É como diz o outro”, uma comédia com Bruno Nogueira e Miguel Guilherme, de 03 a 05 de maio.

Na música, realce para Rodrigo Amado Motion Trio e Jeb Bishop, que se apresentam no foyer do Teatro Viriato a 18 de abril.

Paulo Ribeiro fez votos para que a dinâmica do Teatro Viriato nos próximos meses seja como a dos primeiros do ano, em que a ocupação média terá rondado os 90 por cento.

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