Foto Gonçalo Manuel Martins

Mário Ruivo

Na passada segunda-feira, os deputados do PS eleitos pelo círculo de Coimbra, acompanhados pelo presidente da Concelhia de Coimbra do PS, deslocaram-se às instalações da Lusa, em Coimbra, para tentar obter esclarecimentos sobre o anunciado encerramento daquela delegação a partir de 1 de Junho.

Recorde-se que esta Delegação da Lusa abrange os distritos da região Centro e por ali passaram como delegados nomes como Fausto Correia, António Marinho Pinto, Rui Avelar, Francisco Fontes e Casimiro Simões.

Para alem dos esclarecimentos que se pretendia obter, esta deslocação assumia-se também como um acto de total solidariedade aos profissionais que ali exercem funções. Foi esta delegação recebida pelo coordenador regional,  que não conseguiu apresentar qualquer critério editorial ou financeiro que justificasse esta decisão de encerramento, o que agravou a preocupação da delegação socialista sobre o futuro profissional daqueles profissionais e suscitou sérias reservas sobre a eventual governamentalização daquela agência noticiosa.

Essas reservas que já se tinham levantado quando assistimos à explicação da reestruturação da Lusa por uma deputada do PSD em contraponto com o silêncio cúmplice e incompatível da independência que seria desejável do director de informação e do presidente do conselho administração, de quem se esperaria uma posição condigna com o prestígio que aqueles cargos revestem perante a intromissão externa ao funcionamento daquela agência de notícias.

Foi ainda, durante a reunião, manifestada a preocupação com o desmantelamento da equipa e com a necessidade desses profissionais serem voluntariamente coagidos a aderir ao trabalho a partir da sua residência e com horários mais flexíveis, que constitui uma clara fragilização dos seus vínculos laborais.

Levantando-se dúvidas sobre a adequação das medidas ora tomadas ao contrato programa assinado entre Estado e a Lusa e não se encontrando qualquer motivo para o encerramento da delegação do Centro da Lusa, os deputados do PS irão propor em Comissão de Ética da Assembleia da República a audição do presidente do Conselho de Administração e do director Informação da Lusa, para que sejam dadas explicações claras sobre as razões deste encerramento, quer do ponto vista gestionário, quer do ponto de vista editorial e respeito pela independência do funcionamento da Lusa.