Tabus sim, tabus não

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M. Pignatelli Queiroz

Há assuntos nas sociedades em que não é de “bom tom” falar-se. São os chamados tabus. Um deles, até há dias, julguei que o era: a Maçonaria. Embora achasse mais correcto falar-se em Maçonarias. Sim, porque, suponho, há várias e não serão o mesmo que “lojas”. Para além da que agora está em voga, só considerava uma bem identificada pela sociedade e da qual sou amigo de um dos últimos grão-mestres e me dei (dou) bem com o que foi seu sucessor. Afinal, aparece outra na ribalta, que se conota com o PSD e que serve para atacar este partido. Estranho, porque nunca se fala(va) da conotada, por exemplo, com o PS? A propósito, pretendem interagir “com o mundo profano”, pelo que estou descansado; sendo católico, sou religioso e, portanto, não maçon.

Contrariamente, não é tabu falar-se em Aristides Sousa Mendes e nos meritórios vistos que como cônsul passou a judeus para poderem fugir aos nazis; mas já é tabu, a não ser que seja para dizer mal, falar do Papa Pio XII e dos milhares de judeus que refugiou e deixou fugir através das Catacumbas do Vaticano. Esses que os criticam terão pena de que este grande Papa não tivesse atacado ferozmente Hitler, dando assim pretexto para se sacrificarem milhares de católicos como se fez aos judeus? Isso é que era bom e gáudio para os laicistas (não ler laicos)!

Não é tabu falar-se de J. Saramago e do palacete sun(mp)tuoso onde fizeram a “sua” Fundação e que provavelmente será a mansão da sua viúva e presidentA (está no acordo), como insiste em designar-se. O que dá origem aos presidentOs e aos meritíssimos juizOs, por exemplo.

Outra: se já se sabe que o presidente da Fundação da Casa de Bragança – cujos bens foram sonegados por Oliveira Salazar aos seus legítimos proprietários, agora o Senhor D. Duarte – é o governador do Banco de Portugal, é tabu saber-se se os rendimentos roubados vão para o Estado (do mal o menos) ou para algum “mamão”. Ao menos, para Otelo Saraiva de Carvalho é que não há tabus: os militares até podem fazer outra revolução, mais fácil do que a do 25 de Abril. É constitucional, é liberdade!

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