Manuel Alegre diz que PS não pode ter cumplicidade com as políticas do Governo

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Foto Carlos Jorge Monteiro

O socialista Manuel Alegre disse ontem, em Coimbra, que não há nenhum sentido de Estado que justifique a cumplicidade do PS com o projeto ultraliberal do Governo PSD-CDS.

“O PS não tem nem podia ter qualquer compromisso com este projeto ultraconservador e ultraliberal do Governo. Não há nenhum sentido de Estado que justifique qualquer cumplicidade com este projeto”, sublinhou o ex-candidato à Presidência da República.

Manuel Alegre acusou a direita portuguesa, tal como a europeia, de estar a ultrapassar o memorando da troika e a aproveitar a crise para a concretização de um “projeto estratégico de demolição do Estado Social, do Serviço Nacional de Saúde, sistema público de educação, leis laborais e da própria função estratégica do Estado”.

O socialista, que discursava no jantar/debate sobre “República e Cidadania – Os novos desafios do Estado de Direito”, defendeu que o antigo primeiro-ministro José Sócrates devia ter-se demitido do cargo no dia do discurso da tomada de posse do Presidente da República, Cavaco Silva.

“Na minha opinião, é a primeira vez que o digo, José Sócrates devia ter-se demitido no dia em que o presidente da República fez o discurso da tomada de posse”, disse Manuel Alegre, referindo que Portugal passou a viver numa dependência de organizações externas (‘troika’) que não trazem “perspetiva nem esperança”.

Para o histórico dirigente e fundador do PS, o que é terrível na crise é a “convicção generalizada e interiorizada de que não há outro caminho senão este, não há outra solução, não há alternativa e não havendo alternativa não há esperança”.

A propósito, sublinhou que “isto é o mais terrível, porque não se pode viver sem esperança, sem horizonte, sem uma perspetiva de futuro”, considerando “uma grande derrota a interiorização deste sentimento”.

Manuel Alegre acusou o eixo franco-alemão de ter violado todos os tratados europeus e colocado em causa o princípio da igualdade entre todos os Estados da União Europeia.

“Já não há soberania partilhada, neste momento há um novo centro e uma nova forma de imperialismo, e há perda real de soberania dos Estados periféricos, que se traduz sobretudo na perda de democracia”, sublinhou.

Criticando a visão neoliberal que grassa na Europa, o antigo deputado socialista acusou ainda Merkel e Sarkozy, a Comissão Europeia e os dirigentes das instituições europeias e mundiais de não estarem preocupadas com os pobres, mas sim com “a finança e os bancos”.

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