O julgamento do processo Face Oculta foi retomado esta quinta-feira (19), no juízo criminal de Aveiro, após quase um mês de paragem, com a juíza do coletivo Liliana Carvalho a garantir estar em condições para trabalhar.
A magistrada, que esteve de baixa médica, o que levou à suspensão do julgamento desde finais de novembro, falou pela primeira vez em tribunal para assegurar que se encontra em condições de integrar o coletivo de juízes que está a julgar o caso.
“Estou melhor. Agradeço a compreensão de todos pelo esforço acrescido, ciente do incómodo nos agendamentos. Os votos de melhoras ajudam à recuperação”, afirmou a juíza, manifestando o desejo que o julgamento “corra com mais normalidade” a partir de agora.
Ainda assim, o juiz presidente Raul Cordeiro decidiu reduzir de quatro para três o número de sessões por semana, pelo menos durante os próximos 30 dias. Nos outros dois dias da semana, a juíza Liliana Carvalho irá deslocar-se ao hospital de Vila Real para fazer tratamentos.
O julgamento do processo Face Oculta esteve suspenso três semanas devido à doença da referida juíza e foi retomado a 21 de dezembro para não deixar passar mais de 30 dias sem produção de prova.
No entanto, imediatamente a seguir, começaram as férias judiciais da quadra do Natal, que se prolongaram até 3 de janeiro, e só agora o julgamento regressou ao juízo criminal de Aveiro para a 13.ª sessão.
A sessão desta manhã foi preenchida com o depoimento de Rui Carvalho, inspetor da PJ que coordenou as investigações.
O caso Face Oculta está relacionado com uma alegada rede de corrupção que tinha como objetivo o favorecimento de um grupo empresarial de Ovar ligado ao ramo das sucatas nos negócios com empresas do setor empresarial do Estado e privadas. No banco dos réus estão sentados 36 arguidos (34 pessoas e duas empresas) que respondem por centenas de crimes de burla, branqueamento de capitais, corrupção e tráfico de influências.