Decretada insolvência de cooperativa que construiu aldeamento projetado por Siza Vieira

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O Tribunal da Guarda declarou a insolvência da cooperativa Casajovem – Habitação & Construção, responsável pela edificação de um complexo habitacional da autoria do arquiteto Álvaro Siza Veira. A declaração da insolvência da cooperativa e a nomeação de um administrador judicial foi proferida no dia 5 de janeiro por aquele tribunal, a pedido da administração da própria cooperativa.

Fonte da direção da Casajovem explicou esta quinta-feira (12) à Lusa que a decisão foi motivada por dificuldades em atingir os compromissos financeiros assumidos com a construção do empreendimento habitacional devido à atual crise económica. O fecho da fábrica Delphi, em 31 de dezembro de 2010, também motivou “a desistência” de compradores de apartamentos daquele complexo, disse.

A cooperativa pediu a insolvência devido à “depreciação da avaliação patrimonial”, uma vez que regista um passivo da ordem dos 2,6 milhões de euros e o seu ativo imobiliário, contabilizado em 2,7 milhões de euros, foi avaliado pelo mercado em 2,2 milhões, acrescentou.

“O ativo era superior ao passivo, mas na avaliação do património, no final deste ano, há uma depreciação de 20 por cento e o ativo passou a ser inferior ao passivo”, justificou. A situação levou a administração a promover a insolvência para que os credores “acordem” uma forma de serem ressarcidos pela dívida.

O complexo habitacional da Casajovem é constituído por 23 apartamentos (T1, T2 e T3) e 34 moradias em banda, mas a fonte explicou que no processo de insolvência apenas estão em causa os apartamentos “que ainda não estão habitados nem vendidos”, embora estejam prontos a habitar. O Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU), a principal entidade financiadora da Casajovem, é também a sua maior credora, referiu.

O projeto de arquitetura do Aldeamento Monte de Miranda, da responsabilidade dos arquitetos Siza Vieira e António Madureira foi concebido segundo o conceito de “aldeia dentro da cidade”. Para além das construções para habitação, o complexo, que custou cerca de seis milhões de euros, possui espaços verdes e zonas comunitárias (forno, cozinha, salas de convívio e bar).

Foi projetado em 1995, começou a ser construído em 2002 e ficou concluído no final de junho de 2010, ano em que recebeu uma menção honrosa no concurso nacional de habitação promovido pelo IHRU.

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