Ainda bem que sou da Académica

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Gonçalo Capitão

Adoro futebol!… Porém, dito isto, confesso que há fenómenos que ao desporto rei dizem respeito que me vêm amargurando.

Se no plano internacional o Sr. Platini decidiu ser oposto de gravata do que era com o equipamento – a arrogância e os favoritismos que parece ostentar como Presidente da UEFA contrastam com a classe e o futebol perfumado que espalhou enquanto jogador – no futebol português as coisas vão de mal a pior.

Creio que podemos começar por dizer que falta-nos uma classe dirigente que tenha nas suas funções o decoro e a elevação necessários para corresponder ao talento dos nossos melhores jogadores. Em muitos casos – não “fulanizo” para não desviarmos a conversa do ponto que intento trazer à colação – são pessoas que esquecem a responsabilidade que têm, comportando-se como “bombeiros incendiários” que gritam “fogo!”, depois de ter ateado o incêndio das naturais paixões “tribais” com declarações irracionais, sem cavalheirismo e ridículas. Claro que para isto ajuda o facto de sermos um pequeno país em que há que vender três jornais desportivos diários (não conheço paralelo), mas tal jamais pode servir de desculpa para cidadãos que deveriam entender que a posição de liderança de massas que ocupam obriga a recato, ponderação e calma.

Chegamos, assim, à idiotice de nos congratularmos com o facto de não ter havido danos no autocarro do Benfica, na última vez que se deslocou ao Porto (sublinho que diria o mesmo se fosse o Arroios). Esse resultado deveria ser a regra e não uma excepção a louvar! Acresce que, para que isso acontecesse, todos os contribuintes pagam milhares de euros em operações policiais, e que é assim cada vez que há um jogo entre os chamados “grandes”. Com que direito?! Por causa de meia centena de energúmenos que deviam estar presos?!…

E aqui chegamos a outro ponto: as nossas leis são, em geral, brandas, mas no caso do desporto têm a dureza de uma massagem… Como é possível que haja certos sujeitos que não passam os dias de jogo no posto de polícia, como noutros países?… Não é preciso mais; se tivéssemos dirigentes nacionais decentes, o incêndio provocado no Estádio da Luz (e todas as demais situações análogas pretéritas, presentes e futuras, com qualquer massa adepta) daria direito a uma interdição do estádio do clube apoiado por esses marginais, o que, por sua vez, obrigaria os associados e adeptos responsáveis (a larguíssima maioria) e os directores do clube a expulsarem quem não sabe respeitar os demais.

Falta o espaço para falar das consequências que atribuo à falta de portugueses nas equipas, ao falhanço nas Selecções jovens e à péssima arbitragem que temos, mas deixo um suspiro de contentamento, pois, no meio de tudo isto, os dirigentes e sua oposição, os adeptos singulares e a claque, e a própria instituição que apoio parecem-me muitos furos acima deste caos…

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