A falência pode estar por um fio

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Luís Santarino

Não poucas vezes me incomodei com algumas análises do Dr. Mário Soares. Uma das que me fez afastar temporariamente do Partido Socialista foi a famigerada aliança com o CDS, dizia ele, para salvar Portugal!

Para quem estava iludido – felizmente ainda hoje me mantenho – pela construção de uma sociedade diferente, “meter o socialismo na gaveta”, foi um acto de quase traição à Pátria.

Sim, digo Pátria, palavra que alguns abominam em nome de uma qualquer aliança, mas que continuo a pronunciar, com orgulho, e, ao mesmo tempo, determinado por manter viva a sua identidade.

Vivemos momentos de grande incerteza. Uns mais do que outros, é certo, ainda que, num momento de desgraça todos sejamos afectados.

A falência pode estar por um fio, ainda que alguns economistas digam o contrário.

Falência das ideias, falência da educação, falência da saúde, falência da ética política, principalmente esta, em que uns tantos mais ou menos (ir)responsáveis se vendem por um prato de lentilhas.

Que pena as pessoas serem como o catavento; gira, volta a girar e, de repente, quando dá conta, o catavento emperra e batem com o trombil na parede.

Mas é pena ver alguns que até há pouco tempo, tinham um raciocínio fluido e responsável, entrar no barco da ilusão como se o “mundo” ainda lhes devesse um cumprimento de bater com a testa no chão.

Mário Soares é, na realidade, o homem mais lúcido da sociedade portuguesa. Ganhou e perdeu eleições, algumas delas por pura marretice mas, até nessas, deixou uma marca perfeita. “Quem não sabe ler vê os bonecos”!

Não perceberam alguns, distraídos com peanuts, tais como juntas de freguesia e coisas que tais, que os portugueses querem e desejam alguém que coerentemente os defenda. Ou no mínimo, que lhes explique com seriedade o que se passa no país.

Distraídos com as “bestialidades da casa dos segredos”, só dentro de alguns dias perceberão que lhes falta “aquilo com que se compram os melões”! E aí… ai, ai, ai, a coisa vai-se complicar!

Mas “que se lixe”, É de se “encabrarem” que amanhã é outro dia!

Estamos na época do cumprimento circunstancial; “Boas Festas” dizem uns, “Bom Natal” dizem outros, sem saberem ou perceberem, “alguns muitos” qual o significado. Será para perceber?

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