O Metro descarrilou e não volta a carrilar?

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Mário Nunes

Ao lermos e ouvirmos as declarações dos responsáveis nacionais pela “res publica”, ficámos, apenas, parcialmente, surpresos, porque os “ditos” que corriam de boca em boca, há alguns meses, não abonavam nada de positivo para as “intrincadasobras do Metro Mondego.

Falava-se que os custos no decorrer do prolongado processo do serviço de mobilidade urbano/rural, que serviria os três concelhos do Distrito de Coimbra, se multiplicavam a cada dia que se movia uma máquina da obra, como, outrora, deslizavam as velhas mas úteis locomotivas. Mas … seria verdade?

Infelizmente, os “boatos” financeiros, graças a um “ajuste de contas”, confirmaram o buracão que impedia o avanço das obras, logo as “bocas” que circulavam tinham pleno cabimento. O Metro, como referiu o Ministro, tem sido um sorvedouro de dinheiros públicos e parecia que andava, mas o descarrilamento era, cada vez mais, iminente.

Neste passado fim -de -semana soou aos ouvidos e chegou aos olhares de quem sintonizou a televisão e escutou a rádio e dos que, ainda, lêem jornais ou consultam a “Net”, que pouco mais de uma centena de milhões se transformara “milagrosamente” (tal como a multiplicação dos pães e dos peixes) em mais de cinco centenas de milhões incluindo uns “trocos” para os administradores, evidenciando o esbanjar de dinheiro que contribuiu para castigar os que trabalham e tinham no comboio da Lousã o veículo certo para arranjar riqueza para o País e organizarem o seu orçamento familiar. Porém, para onde foram essas vultosas quantias? Haverá resposta?.

Desapareceram os carris, as travessas, os postes, as carruagens e as máquinas e ficaram, nalguns sítios, os sulcos e as veredas, os túneis, por onde circulavam as composições. Pergunta-se: para onde foram estes veículos circulantes e as estruturas que sustentavam o seu deslizamento de Serpins a Coimbra? Que respostas se dão ou deram aos Municípios envolvidos, interessados e necessitados desta acessibilidade, que existia e que parece se finou? E, como encaram os cidadãos dos movimentos de defesa do ramal da Lousã este “desastre”ferroviário”?.

Nós, utentes durante tantos anos deste meio de transporte económico e rápido para a época, que até cumpria, na generalidade, os horários, lamentamos que o seu “funeral” obrigue a carpir tantas mágoas a milhares de pessoas, que tenha contribuído para o empobrecimento e desertificação de uma área territorial que acreditou na sua viabilidade de modernidade, e que urbanizou terrenos, ergueu prédios, abriu comércio, fomentou serviços em diversas áreas sociais, de saúde e financeira, fixou população e investiu no futuro despendendo as poupanças e até se endividando. E, agora, desde que há meses soou a campainha da desesperança, do descarrilamento, que fazer? E, Coimbra, no troço da Baixa vai ficar entaipada dando um triste cenário terceiro mundista?.

E, assim, se delapidaram as economias, se consumiram os aforros e se caminhou, alegremente (porque se acreditou), para a situação que, infelizmente, custa a reconhecer, difícil de aceitar. As afirmações de quem governa este País, entraram, dolorosas, nos nossos olhos e ouvidos. Será que o Metro descarrilou, para sempre?

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