Portagens na A25: está em causa a economia regional!

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João Azevedo, presidente da Câmara Municipal de Mangualde

Todos sabemos a actual situação financeira do país e a gestão cautelosa que é essencial face às obrigações assumidas internacionalmente, mas não se pode «cortar a eito» … não se pode tomar medidas sem pensar nas consequências!

É que, com a entrada em vigor do pagamento de portagens na auto-estrada A25, os mais de mil camiões existentes no concelho de Mangualde vão ficar sem alternativa para circular.

Somos conhecedores da actual situação viária da EN 16, que sofre de problemas de manutenção e começa a dar grandes sinais de desgaste. Se esta situação acontece agora (quando os camionistas ainda circulam gratuitamente pela A25) não é difícil imaginar como a EN 16 ficará quando o volume de circulação de pesados aumentar… passado um mês a ponte da Pextrafil certamente cairá!

Não nos podemos esquecer da importância que as empresas representam para a economia local e regional, são muitos postos de trabalhos que estão em causa e o Governo tem de ter isso em conta! Tive já várias conversas com algumas transportadoras e empresários do sector produtivo que estão muito preocupados com esta situação.

E não é para menos, porque o pagamento de portagens vai certamente diminuir em larga escala a competitividade destas marcas, vai encarecer o seu produto final.

Há ainda uma outra vertente desta questão que me preocupa seriamente. Esta estrada foi, no final da década de 90, desafectada para o domínio municipal, mas eu pergunto quem é que se vai responsabilizar verdadeiramente pela manutenção? Porque para além dos camiões, haverá certamente muitos veículos ligeiros (de todo o distrito de Viseu) a usá-la diariamente.

Tendo em conta esta nova realidade, o Estado português não se pode ausentar da responsabilidade daquilo que assumiu no passado, das condições que criou e que hoje já não são as mesmas. Para tentar solucionar este ponto, já estabeleci contactos com a tutela no sentido de perceber se há alguma solução.

Sempre disse que estava contra a introdução de portagens nas SCUT (independentemente dos partidos que governavam o país) e volto a dizê-lo porque representa de facto um grave perigo para o Interior do país. É toda uma economia regional (e respectivos postos de trabalho) que está em causa! Espero que reine o bom senso!

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