M. Pignatelli Queiroz
Relembro, neste momento, as palavras do meu grande Prof. de História do 2.º ciclo dos Liceus: “Sou agnóstico e republicano, mas reconheço no Papa Pio XII uma das maiores figuras da actualidade e não concordo com as comemorações que representam a divisão dos portugueses, como são as do dia 5 de Outubro de 1910; contrariamente, o 5 de Outubro de 1143, por exemplo, diz respeito a todos os portugueses pois é esta a data da Fundação de Portugal” (Sic).
Irrefutável o confronto, é outro caso, podendo-se discutir, concretamente, qual a data da Fundação.
A verdade é que, passados 111 anos sobre o 5 de Outubro de 1910, não estando Portugal bem na véspera deste dia, hoje está pior, nesta III República. E hoje, felizmente, se temos indivíduos e grupos armados e organizados, nada leva a crer que por aí ande o terrorismo da Carbonária, os melhores aliados de algumas lojas maçónicas que prepararam a I República com os bárbaros assassinatos de 1 de Fevereiro de 1908, com os das vésperas e do dia 5 – o de 1910 – dos Oficiais da Armada fiéis à Monarquia, de cidadãos inocentes. Não obstante, mantenho o meu respeito – e amizade por muitos – de grandes e bons republicanos. Mas estou com o meu Prof. de História. Comemora-se também o Dia da Fundação, ali junto do Túmulo do Rei Fundador, no Panteão Nacional que é a Igreja de Santa Cruz, e com maioria de razão quando todos comemoramos os 900 anos do Foral.
Um Homem Bom, culto, afável, grande político, deputado à constituinte, educador, autarca de freguesia, o maior fundador, entre centenas de autarcas que criámos a ANAFRE, faleceu Gonçalves de Sapinho, até há pouco presidente da Câmara Municipal de Alcobaça, em memória do qual a Assembleia Municipal de Coimbra aprovou, por unanimidade, uma moção de pesar. Ele está, neste momento, na defesa das freguesias.