Universidades (melhores)

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Norberto Pires

O governo vai cortar no orçamento das Universidades: 8,5% em 2012, para além das cativações de receitas próprias. Isso significa menos 6 milhões de euros no Minho e 18 milhões de euros em Coimbra. É muito dinheiro. Vai obrigar a uma reorganização muito significativa. Três reflexões:

1.Qualquer corte tem de conter mecanismos de incentivo. Caso contrário os efeitos recessivos serão dominantes e catastróficos;

2.Não faz sentido que o corte seja igual para todas. De facto, existem universidades boas e más. As más ficarão ainda piores, as boas ficarão necessariamente menos boas. Globalmente perdemos todos. Eu preferia que elas pudessem ver reposto o orçamento que perdem tendo por base a sua efectiva relação com a sociedade, e o impacto na atracção de financiamento externo para I&D, investimento externo na região e incremento da capacidade exportadora das empresas. Isso é uma componente que as universidades não sabem, nunca quiserem e não se prepararam para fazer (com a sua política de recursos humanos). Mas é uma coisa que o país quer muito que elas saibam fazer, e seria um factor de diferenciação;

3.Isso significa dirigir para a relação universidade-empresa uma parte do esforço de investimento público. Uma relação com resultados permitiria às universidades obter financiamento para as suas actividades, ao mesmo tempo que se reforçava a competitividade nacional. O dinheiro agora tirado às universidades deveria ser usado para baixar impostos às empresas que apostassem em projectos em consórcio.

Desafios de viver com menos.

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