Escola pública esmagada pelas Troikas

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Rita Rato

O Governo inaugurou escolas e anunciou serenidade no início do ano lectivo. Mas no país real, as escolas abriram portas esta semana, mas lá dentro faltam muitos professores, mais de 5.000 funcionários, muitos psicólogos e outros técnicos. As necessidades permanentes das escolas continuam a ser supridas com o recurso ilegal a professores contratados, contratos de emprego-inserção, contratação à hora.

Não há os funcionários necessários para as tarefas mais básicas como abrir o portão de manhã, assegurar o funcionamento do ginásio, da biblioteca e da mediateca, do bar, da reprografia, da vigilância dos recreios, e muito importante do acompanhamento aos alunos com necessidades educativas especiais.

Estes alunos estão a ser excluídos do direito à educação, com falta grave de apoios a todos os níveis. Não há dinheiro para pagar a luz, a água e o aquecimento no Inverno; não há professores necessários para turmas sobrelotadas; os projectos de combate ao abandono e insucesso escolar vão fechar.

A situação das famílias piora todos os dias e a factura do início de ano lectivo é insuportável: por cada filho estudante uma família desembolsa no mínimo 390€.

Muitas crianças vão começar as aulas sem livros. O Governo quer obrigar as famílias que vivem com 219€ /mês a comprar os livros e depois talvez sejam reembolsadas? Só em manuais, no 1.º ciclo a factura chega aos 60€, no 2.º ciclo 200€, no 3.º ciclo 300€, e no secundário 270€. Cortar agora 500 milhões euros no ensino básico e secundário, depois do anterior Governo PS, com o apoio do PSD, ter cortado 800 milhões é o enterro da escola pública, gratuita, de qualidade e democrática.

A destruição da escola pública é inseparável de um caminho de mais de mais de 35 anos de política de direita, e brutalmente agravada com a concretização pelo actual governo do programa de agressão e submissão que PS, PSD e CDS subscreveram com a Troika. Por isso mesmo para a defesa da escola pública de qualidade é urgente derrotar este programa da troika de agressão ao povo e ao país. É esse o único caminho, e a luta há-de fazê-lo.

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