Norberto Canha
E agora, quem financia a agricultura?
Não concebo o homem sem ser enquanto conjunto das realidades física, espiritual e biológica. Mas, sem alimento não se concebe a vida.
Portanto, a alimentação é a primeira tarefa de qualquer País; é uma tarefa e obrigação de todos nós tendo sempre consciência e a funcionalidade de que a aldeia se alimenta e alimenta a vila, a vila alimenta-se e alimenta a cidade.
A cidade nada ou pouco produz, mas tem que suportar, em pé de igualdade, os custos da reabilitação da agricultura, sem o qual não há vida nem privilegiados.
Tenho feito a pergunta desde o mais humilde dos cidadãos até à última figura do Estado e todos, sem excepção, estão na disposição de dar 5% do que se ganha ou recebe para tirar o País do atoleiro em que nos encontramos. A agricultura é a primeira prioridade, por ser a primeira necessidade.
Mas os azeiteiros, a quem fiz pela primeira vez a pergunta, prontamente disseram sim, mas puseram uma advertência sábia: “Não pode ser o Estado a governar o dinheiro!” Devia ser criada uma entidade independente do Estado capaz de gerir esses dinheiros.
Que sábio é o Povo! Como é possível solucionar o que parecia impossível de resolver!
O Governo começa agora. É ele que tira o dinheiro dos ordenados. Voluntários haverá poucos a dar esse dinheiro. E quando há intempéries, quem ajuda com os subsídios? Os produtores gastam, mas pouco ou nada recebem. Os produtos na venda serão caríssimos. Quem os compra?
Impõe-se uma rápida e eficaz solução. Impõe-se o regresso à terra para renovar o ciclo fundamental a qualquer país: a aldeia alimenta-se e alimenta a vila. A vila alimenta-se e alimenta a cidade.