Corpo sano, mente sana

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Ricardo Castanheira

Na minha recente e fugaz passagem por Coimbra pude confirmar que – lamentavelmente – os espaços para a livre prática desportiva continuam a rarear, com o Choupal à cabeça em crescente e imparável decadência. Uma cidade que não tem cultura desportiva é uma cidade doente, o que no caso de Coimbra (auto-intitulada “capital da saúde”) é uma evidente contradição!

Coimbra tem condições naturais para ser uma cidade em exercício permanente, não apenas pela população jovem, mas também por alguns espaços propícios para isso. Hoje, existem, por exemplo, meias-maratonas e corridas de rua em tudo o que é canto, mobilizando milhares e milhares de pessoas e dando corpo a um novo turismo desportivo. Ora, em Coimbra, ao invés, creio até que acabou uma das poucas provas desportivas promovidas por um jornal da cidade. Esta minha apreciação é feita com a mágoa decorrente de no meu novo contexto observar e viver uma realidade absolutamente distinta. Ora, já imaginou alguns praticantes de rapel a descerem um dos mais altos prédios da Avenida Paulista, em São Paulo? E treinos de boxe com o campeão brasileiro em plena estação de metro? Enfim, estes são apenas exemplos de práticas desportivas que vão “tomar de assalto” a metrópole brasileira neste fim de semana.

Serão dois dias com mais de 2.500 atividades desportivas gratuitas espalhadas em mil pontos das várias regiões da grande cidade. É um mega evento desportivo que mobilizará cerca de 3 milhões de pessoas. Impressionante!

Atualmente, a atividade desportiva é interpretada em sentidos muito amplos: desde o bem–estar individual até à noção estratégica que representa para as políticas de saúde públicas. Porém, tem também um inexorável sentido económico: não atentemos apenas nos multi-milionários grandes eventos (Olimpíadas e Campeonatos do Mundo), mas nas centenas de provas desportivas amadoras que semanalmente mobilizam milhares de praticantes, desenvolvendo assim novos roteiros turísticos em função do que o corpo pede. Em tempo de crise, Portugal devia trabalhar mais para um “corpo são, mente sã”!

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