Recordatório da Rainha Santa Isabel

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Mário Nunes

Acompanhámos, desde a primeira hora, graças aos convites do presidente da Junta de Freguesia de Santa Clara, a criação do empreendimento museológico em louvor de D. Isabel de Aragão: o Recordatório. José Simão, portador de um entusiasmo exemplar e de um dinamismo invulgar, alheio a incompreensões e faltas de cidadania de muitos responsáveis oficiais, mas sempre optimista como é seu timbre, e impulsionador de todas as missões em que se envolve e que engrandeçam a sua freguesia e a cidade, valorizem as pessoas e as instituições, “ordenou” ao seu ego que o gesto bonito do doador/ devoto da Rainha Santa e defensor da urbe, Alfredo Bastos, exigia uma casa, um espaço condigno para guardar e divulgar o espólio amealhado durante dezenas de anos.

José Simão sabia da desactivação da escola primária junto ao Mosteiro de Santa Clara-a-Velha e apressou-se a solicitar ao município a ocupação para instalar um novo modelo pedagógico e educativo com abrangência turístico/cultural/religiosa. E, a pretensão foi deferida. O processo ganhou dimensão afectiva. Aplanaram-se, sucessivamente, as maiores dificuldades e os obstáculos foram sendo eliminados. A perseverança deste timoneiro autárquico não permitia desfalecimentos. A junta foi disponibilizando verbas, a câmara compreendeu o investimento e apoiou com o projecto, algumas obras e algum dinheiro, e o presidente Simão foi adquirindo, gradualmente, mais esperança, que se sobrepunha às desmotivações passageiras. A obra ganhou o estatuto de indispensável e com a resolução das últimas dificuldades, financeiras, o sonho de José Simão realizou-se. A vontade e o desejo de Alfredo Bastos alcançara o pleno, o espaço apropriado era agradável e honrava a nobreza da Rainha Santa. A inauguração aconteceu com alguma pompa.

Recentemente, visitámos o Recordatório. Retirámos do que observámos as melhores impressões. Registámos alguns dos elementos do vasto e diversificado património, todo estruturado num objectivo de veicular, sem atropelos, o esplendor da padroeira de Coimbra. Vitrinas, paredes, colunas, armários, mesas e outro mobiliário mostram objectos diversos, notas, medalhas, recordações e outros valores devocionais e lembranças e cativam e surpreendem os visitantes. Uma distribuição temática e devidamente legendada acompanham as pessoas e oferecem-lhes o alimento para o espírito e para o intelecto. Albuns de fotos e postais, pinturas, cartazes, esculturas, imagens, cerâmica, vidro, caixas, orações, livros, catálogos, objectos honoríficos, terços, isqueiros, utensílios práticos e uma mundividência em louvor e a registar a nossa excelsa Rainha. Uma sala de recepção com funcionária, outra sala de espera e descanso, um bar e um salão para palestras, recepções e comunicações completam, com qualidade e esmero, a unidade pedagógico/museológica. Entrada gratuita, que discordamos.

Felicitamos a Junta de Freguesia de Santa Clara na pessoa do incansável presidente e agradecemos ao amigo Bastos a herança doada. Nasceu um espaço relevante que muito engrandece Coimbra e tanto honra Santa Isabel.

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