Avaliação docente: as ideias anteriores do PSD vão conseguir avançar?

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João M C Serôdio, jardim-da-educacao.blogspot.com

Nuno Crato, o novo ministro da Educação, teoriza como referência para a implementação de um modelo da avaliação de desempenho dos professores os exames nacionais externos de todos os alunos.

Por outro lado, o modelo preconizado pelo PSD, de Passos Coelho, centra um modelo de avaliação de desempenho em entidades externas à escola.

Depois desta experiência actual atribulada de uma avaliação feita pelos pares, altamente polémica e que considero votada ao fracasso, é de enveredar por um outro modelo, ou seja, centrar o paradigma avaliação de desempenho em estruturas fora das escolas. É vital, nesta matéria, sair fora dos seus confortáveis muros.

As ideias defendidas por Nuno Crato, antes de ser ministro da Educação, representam incontornavelmente uma utopia bem intencionada, mas que não será possível pôr em prática.

Quem conhece, minimamente, a forma como são desenvolvidos os conteúdos programáticos nas escolas e agrupamentos, no âmbito de uma alegada autonomia focalizada na progressão dos alunos e tendo como pano de fundo os chamados níveis de competência e metas de aprendizagem, tem a consciência que dificilmente será viável a continuação do ideário do actual Ministro da Educação.

Não é impossível fundir estes dois conceitos de modelos de avaliação de desempenho (o do PSD e o de Nuno Crato), porém tal está para além das capacidades de uma estrutura altamente burocratizada como é o actual Ministério da Educação, porque o que está verdadeiramente em causa é uma simplificação de processos e procedimentos.

Estou, porém, optimista porque o PSD apresentou na Assembleia da República, há três meses atrás, um conjunto de ideias que defendiam a revogação de todos os artigos do actual Estatuto da Carreira Docente no que dizem respeito à avaliação de desempenho, fazendo transitoriamente a repristinação da legislação de 2008, até que se discutisse e implementasse um modelo mais consensual.

Irá conseguir manter a linha de conduta que tinha nessa altura no Parlamento ou, pelo contrário, vamos dar início à aplicação de soluções de compromisso entre o que já estava, o que é e o que devia ser?

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