Portugal, sempre!

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Luís Vilar

Nas vésperas de umas eleições legislativas, recordo-me do que escrevi há cerca de 1 mês. Antevi a subida do CDS-PP face à pré-campanha eleitoral que fizera e mantivera, a estabilização de votos do PCP, a descida do Bloco e que o PPD/PSD e PS ficariam muito próximos. De uma coisa tenho a certeza, no dia que escrevo este artigo: não haverá maioria absoluta de nenhum Partido e todos os cenários estão em aberto. Pessoalmente, entendo que o próximo Governo deve ter um forte apoio do Parlamento, porque o momento que se vive é de grandes dificuldades. Mas, se a situação portuguesa não é boa, a Europa deve reconhecer que os défices públicos conjugado com o PIB nalguns Países Europeus, nomeadamente a Itália, a Bélgica e a Espanha, apresentam uma situação delicada que pode vir a põe em causa a própria “zona euro”.

Portugal, no meu entendimento, só pode melhorar o seu desempenho económico, se por um lado mantiver o ritmo de crescimento das suas exportações e, paralelamente, diminuir as suas importações em particular na sua cadeia alimentar, daí que se exija um forte investimento na Agricultura, na Agro-Pecuária e nas Pescas.

Ao mesmo tempo que se reduz a despesa pública, devemos ser apelativos para o tecido empresarial, em particular as PME’s, que são geradoras de mais de 70% do emprego em Portugal. Devemos ter todo o cuidado com as convulsões sociais que só se evitarão com a manutenção do Serviço Nacional de Saúde, com uma Segurança Social eficaz e uma igualdade de oportunidades na Educação para todos os cidadãos.

São os pilares de um qualquer Estado Humanista: Emprego, Saúde, Educação e Segurança Social. É por isto mesmo que entendo que um próximo Governo, ou tem preocupações sociais concretas e um amplo apoio Parlamentar, ou vai falhar, mais tarde, ou mais cedo, como agora verificamos na Grécia.

Claro está que os Liberais pretendem um Estado ausente, que se limite a manter a ordem pública, preferem que os Mercados resolvam tudo o resto, como se o sector financeiro tivesse preocupações sociais e as políticas estivessem à ordem de uma pequena minoria que, com a nova roupagem – a “globalização” – vão ficando detentores de todos os meios de produção geradores de riqueza. Na parte que me toca, entendo que não é preciso, nem mais, nem menos Estado, mas sim, Melhor Estado.

Privatizar a Caixa Geral de Depósitos e perder o total controlo de outras empresas do Estado poderá ser um erro fatal para um Portugal com maior justiça social.

Por tudo isto e pelo muito que não cabe neste artigo, só o PS, na área do centro-esquerda, está em condições para protagonizar a unidade nacional e a tolerância necessárias para combater o liberalismo económico, com a redução da qualidade de vida dos cidadãos. O apelo à unidade nacional não pode ser feito em nome dos interesses de uma minoria, quando serão Todos a colaborar na redução do défice público. Importa humanizar as medidas impostas pela Troika, parcialmente previstas no PEC IV, e só o PS será o garante que tal seja possível. Sim, é possível, assim o queiramos.

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