O advogado Rodrigo Santiago crê que o Tribunal da Relação de Coimbra possa decidir pela repetição do julgamento do presidente da Académica, José Eduardo Simões, por considerar graves os vícios processuais praticados.
O causídico, que na quarta-feira apresentou um recurso com 400 páginas do acórdão proferido no passado dia 17 de março, entende que o tribunal coletivo cometeu vários vícios, pelo que a necessidade de repetição do julgamento para os sanar é uma das suas argumentações.
Já no dia em que o tribunal dera a conhecer a sua decisão o advogado declarara que “o julgamento decorreu todo ele sob a égide da inconstitucionalidade”, ao reportar-se, nomeadamente, à recusa de peritos, sonegando-se assim um direito de defesa que assistia ao seu constituinte.
“Os juízes não gostam da prova pericial, porque ficam muito amarrados, e depois se querem manipular a coisa têm mais dificuldade em fazê-lo”, afirmara, na altura, aos jornalistas.
Hoje, admitiu à agência Lusa que a preparação do recurso onde expressa as suas discordâncias jurídicas o forçou a “dois meses de intenso trabalho”.
Adiantou que no mesmo dia também o Ministério Público apresentou recurso do acórdão para o Tribunal da Relação de Coimbra.
O presidente da Académica, que atualmente está em plena campanha eleitoral para a reeleição no cargo, contra uma lista candidata liderada por Maló de Abreu, fora condenado pelo crime continuado de corrupção passiva a quatro anos e sete meses de prisão, com pena suspensa por igual período.