A QUERCUS entregou na semana passada uma providência cautelar para suspender as obras e alterar a localização da ETAR de Alvôco das Várzeas, disse este domingo (1) à Lusa Domingos Patacho, da associação ambientalista.
De acordo com o responsável, a providência cautelar foi entregue no Tribunal Administrativo de Coimbra. A alteração da localização desta ETAR é reivindicada há cerca de um ano pelo movimento ‘Salvem Alvôco’, que se opõe à sua construção numa zona do vale do rio Alvôco considerada de “grande beleza paisagística e o cartão de visita da região”.
Após várias reuniões e discussões públicas a empresa Águas do Zêzere e Côa (AdZC) e a Câmara Municipal de Oliveira do Hospital (CMOH) optaram por manter a localização, alterando apenas a conceção do projeto.
O argumento principal daquelas duas entidades para a manutenção do local da ETAR prende-se com encarecimento da obra. Este argumento é refutado pelo movimento que apresentou um estudo alternativo, mas que “nem sequer foi tido em conta pela Câmara Municipal de Oliveira do Hospital”, disse Fernando Andrade, da estrutura ‘Salvem Alvôco’.
O presidente do conselho de administração da Águas do Zêzere e Côa, João Pedro Rodrigues, disse à Lusa que a empresa “está a preparar a contestação” à providência cautelar, considernado que “não haverá razão para esta ação”.
O administrador adiantou que “a obra de betão já está concluída” e alertou que “se houver suspensão, os efluentes brutos continuarão a ser diretamente despejados no rio”. “Se não houver mais contratempos a obra estará concluída no final do verão”, afirmou.
Já Domingos Patacho afirmou que “o objetivo não é suspender a ETAR, mas sim alterar a sua localização” pois considera que “existem alternativas viáveis, técnica e financeiramente”
Esta questão também já foi levada à Assembleia da República pelo Partido Ecologista “Os Verdes” e pelo Bloco de Esquerda, que questionaram o Governo sobre a localização da ETAR e os possíveis impactos ambientais, dado que a obra está em construção junto a uma unidade de turismo rural e a um lar de idosos, num local de “grande qualidade paisagística”.
Questionado pela Lusa sobre a providência cautelar, o presidente da autarquia, Carlos Alexandrino, escusou-se a fazer comentários sobre o assunto.