Bolseiros de investigação científica de Coimbra manifestaram-se esta quinta-feira (19) para reclamar uma alteração do seu estatuto, considerando que a situação atual “incentiva à emigração ou ao abandono” da atividade.
Cerca de duas centenas de bolseiros concentraram-se esta tarde nas Escadas Monumentais da Universidade de Coimbra para a tradicional “foto protesto”, empunhando cartazes com frases alusivas e a indicação dos anos de bolseiro, alguns deles já com uma década.
Paulo Martins, membro da direção da Associação de Bolseiros de Investigação Científica (ABIC), que promoveu o protesto, disse à Lusa que esta é uma forma de alertar para a sua situação as forças políticas concorrentes às eleições legislativas de 05 de junho.
“Esta situação incentiva à emigração ou ao abandono da investigação”, declarou, frisando que há nove anos que não são atualizadas as bolsas, com “perda do poder de compra superior a 20 por cento”.
A ausência de contratos – acrescentou – impossibilita-os de terem direito a subsídio de desemprego e também lhes “é negado o acesso ao Seguro Social Voluntário”, ficando no “fim da pirâmide em termos de direitos sociais”.
Segundo Paulo Martins, em Coimbra existem mais de 2.000 bolseiros de investigação científica. Em Portugal ultrapassam os 10.000.