Austeridade: agiotas modernos

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Norberto Canha

Procurei no Elucidatário da Língua Portuguesa de Frei Jorge de Santa Rita de Viterbo (1798-1799) provavelmente o 1.º Dicionário de Língua Portuguesa, bem como na Grande Enciclopédia Luso Brasileira de Cultura, a palavra agiota e não a encontrei.

Recorri a um velho dicionário, já sem capa e por isso sem a edição e o autor. Neste dicionário define-se agiota como igual a usurário – que empresta dinheiro a juro elevado.

No tempo da minha meninice, na província, e, no meu despertar para a vida, eram agiotas os notários, os farmacêuticos e um ou outro lavrador abastado. O juro era de facto elevado; ainda tinham alguma complacência; ainda tinham alguma tolerância; ainda corriam riscos se se tratava de gado a meias; tinham o seu seguro e a meta era apoderarem-se dos bens a preço reduzido.

Verifico que no empréstimo concedido a Portugal o juro é elevado e que o FMI é destes da troika o mais benevolente, o que propõe um juro mais baixo. Que grandes amigos são? E os outros?

Mas a troika aos olhos de gente simples assume três aspectos distintos:

Um:

– De moderação da irresponsabilidade dos gastos públicos e da incoerência do governo de esconder a verdade, através da manipulação da imprensa que subverte a verdade através de uma propaganda enganosa, ou não esclarecida. Um governo que exerce o poder há tantos anos e que acusa outros governos do passado do estado lamentável das finanças e economia; só há uma palavra para o definir – irresponsável e incapaz.

A verdade é que passados seis meses de exercício de poder, não se pode acusar os governos passados do que está a acontecer!.

Que caos será se voltar a vencer quem governa e se quem a ele presidir é o mesmo que nos está a governar!

Dois:

– A troika comporta-se como um contabilista moderno, mete nos computadores os dados e este implacavelmente dá a receita para a doença, que ela aplica; nada quanto à solução; muito menos quanto aos caminhos a percorrer para pagamento da dívida, dos juros e saída da crise.

Três:

– O que é lamentável é que esta é a receita de quase todos ou todos os economistas. São implacáveis! Isto atribuo ao desconhecimento da realidade do mundo em que vivemos e desconhecimento do mundo para que nos encaminham.

Nós vamos trabalhar. Vamos ultrapassar a situação vexatória em que nos encontramos. Disso tenho a certeza!

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